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Estados Unidos

Obama pede que Congresso aprove orçamento federal 'sem condições'

5 out 2013 - 09h11
(atualizado às 09h45)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu neste sábado ao Congresso que deixe de lado a "farsa" e aprove um orçamento federal "sem condições" para resolver o fechamento parcial do governo, horas antes de o Legislativo votar uma medida para autorizar despesas. "Só há uma maneira de sair desse insensato e prejudicial fechamento do governo: que aprovem um orçamento que financie nosso governo, sem condições partidárias", disse Obama durante seu discurso de sábado no rádio e na internet.

"O Senado já fez isso e há republicanos e democratas suficientes na Câmara dos Representantes dispostos a fazer o mesmo e acabar imediatamente com esse fechamento" do governo, argumentou.

Como em outras ocasiões, Obama se queixou de que "a extrema direita" do Partido Republicano não permita que o presidente da câmara baixa, o republicano John Boehner, submeta o orçamento do ano fiscal 2014 a um simples voto de "sim ou não". "Façam esse voto, parem com essa farsa, acabem com esse fechamento agora", criticou.

Obama voltou a acusar os republicanos de provocar um fechamento parcial da máquina burocrática federal - que afeta cerca de 800 mil empregados públicos - porque se opõem à reforma da saúde de 2010.

A maioria dos republicanos continua insistindo em anular ou adiar o início dessa lei dentro do processo orçamentário, por considerá-la uma ingerência cara do governo na economia. Também acusam Obama de intransigência nesse debate, que continua sem sinais de solução e hoje entrou em seu quinto dia.

Após uma reunião a portas fechadas na sexta-feira com a bancada republicana da câmara baixa, Boehner reiterou sua negativa a submeter a votação uma medida de despesas orçamentários incondicional, como a Casa Branca exige. Em vez de uma extensão de seis semanas nos fundos para reativar a burocracia federal, os republicanos preveem começar a votar a partir de hoje mesmo uma série de medidas para restabelecer alguns dos programas federais, incluindo temas como a segurança fronteiriça, a educação pré-escolar e desastres naturais.

Prevê-se que a câmara baixa submeta a votação hoje uma medida que autorize o pagamento retroativo dos empregados públicos afetados pelo primeiro fechamento parcial do governo em 17 anos. O Senado, sob controle democrata, disse que rejeitará medidas a conta-gotas e que todo o orçamento federal deve ser aprovado, enquanto a Casa Branca diz que Obama vetará medidas parciais.

A hierarquia democrata da câmara baixa convocou uma entrevista coletiva às 15h locais de hoje (18h de Brasília) para divulgar sua proposta para resolver a crise. As consequências econômicas da paralisação em Washington incluem a interrupção de serviços, a suspensão de salários para a força de trabalho federal e danos ao turismo e os negócios que dependem do setor, entre outras.

Segundo o Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca, o fechamento parcial do governo entre dezembro de 1995 e janeiro de 1996 custou aos contribuintes pelo menos US$ 1,4 bilhões. Em seu discurso de hoje, Obama leu parte de algumas das mais de 30 mil cartas de soldados, empresários e cidadãos que lhe escreveram sobre o impacto da crise em suas famílias.

O Congresso não deve exigir um "resgate" em troca de fazer seu trabalho porque isso equivale a "tomar como refém a nossa democracia e economia por uma lei já estabelecida", ressaltou Obama. "Nossa democracia não funciona como estão pensando. Não pagarei um resgate em troca da reabertura do governo e certamente não pagarei um resgate para elevar o teto da dívida", anunciou.

Obama destacou que se um fechamento do governo for "insensato", é "drasticamente pior" uma paralisação da economia por descumprimento de pagamentos ao não se elevar o teto da dívida. O líder se referia à outra batalha próxima nos corredores do Congresso: o aumento do teto da dívida nacional de US$ 16,7 trilhões, segundo o Departamento do Tesouro, acontecerá no dia 17 deste mês. Os republicanos exigem maiores cortes fiscais em troca de aumentá-lo.

Obama reiterou sua vontade de trabalhar com democratas e republicanos para fomentar o crescimento econômico, a criação de empregos e a disciplina fiscal, mas "não sob a sombra dessas ameaças a nossa economia".

EFE   
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