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Estados Unidos

Obama limita ataques com drones e toma medidas para fechar Guantánamo

23 mai 2013 - 17h43
(atualizado às 17h49)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou nesta quinta-feira planos para limitar os ataques com aviões teleguiados, o chamados drones, contra extremistas no exterior e tomou medidas destinadas a superar o impasse relativo à desativação da prisão militar de Guantánamo.

Em um importante discurso sobre política externa, após duas semanas lidando com escândalos domésticos, Obama limitou o escopo daquilo que seu antecessor, George W. Bush, chamou de guerra global ao terrorismo, declarada depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

"Nossa nação ainda está ameaçada por terroristas", disse Obama na Universidade Nacional de Defesa, em Washington. "Devemos reconhecer, no entanto, que a ameaça mudou e evoluiu em relação àquela que chegou até nós no 11 de setembro."

Diante das críticas sobre a moralidade de usar veículos não-tripulados para travar guerras em terras distantes, Obama disse que os EUA só recorrerão aos drones quando uma ameaça for iminente, o que representa uma sutil mudança em relação à política anterior de realizar ataques em caso de ameaça significativa.

"Dizer que uma tática militar é legal, ou mesmo efetiva, não é dizer que seja sábia ou moral em todos os casos", disse Obama.

Uma portaria presidencial baixada na quarta-feira entrega ao Departamento de Defesa a responsabilidade pelos ataques com drones, em lugar da Agência Central de Inteligência (CIA).

Obama disse que esses aparelhos só serão usados quando um suspeito de terrorismo não puder ser capturado, e que os EUA vão respeitar as soberanias estatais e limitarão os bombardeios a alvos da Al Qaeda e associados.

"E, antes que qualquer ataque seja realizado, deve haver quase certeza de que nenhum civil será morto ou ferido, no padrão mais elevado que conseguirmos estabelecer", acrescentou.

O uso de drones armados para atacar extremistas tem causado tensões com países como o Paquistão e motivado criticas de ativistas de direitos humanos. Obama havia prometido anteriormente mais transparência sobre a questão.

No discurso, o presidente abordou também a dificuldade que enfrenta no Congresso para fechar a prisão de Guantánamo, conforme prometeu na campanha eleitoral de 2008.

Uma greve de fome de 103 dos 166 suspeitos de terrorismo presos na base naval encravada em Cuba o pressiona agora a tomar alguma providência.

"Não há justificativa além da política para que o Congresso nos impeça de fechar uma instalação que jamais deveria ter sido aberta", disse Obama.

O presidente não pode fechá-la por conta própria, mas anunciou várias medidas para retirar alguns prisioneiros de lá. Ele suspendeu a moratória para a transferência de presos para o Iêmen, em respeito ao governo reformista daquele país árabe.

Ao Congresso, ele solicitou que suspenda as restrições para que suspeitos presos em Guantánamo sejam transferidos a outros locais e orientou o Departamento de Defesa a identificar um local para sediar os tribunais militares para os presos de Guantánamo.

"Onde for apropriado, vamos trazer os terroristas à justiça nas nossas cortes e no nosso sistema judicial militar", afirmou Obama.

(Reportagem adicional de Mark Felsenthal e Roberta Rampton)

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