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Estados Unidos

Obama faz novo apelo para limitar acesso a armas, após tiroteio no Colorado

28 nov 2015 - 21h26
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez neste sábado um novo apelo para limitar o acesso às armas de fogo no país, após o tiroteio que na sexta-feira deixou um saldo de pelo menos três mortos e nove feridos em uma clínica de aborto do Colorado.

Como a cada vez que acontece um tiroteio que sacode o país, Obama lembrou aos cidadãos que "isto não é normal" e, ressaltou, "não podemos permitir que se transforme em normal".

"Se verdadeiramente isto nos importa, se vamos dar os pêsames e rezar de novo, sabe lá Deus quantas vezes mais, com uma consciência verdadeiramente limpa, então temos que fazer algo sobre o fácil acesso a armas de guerra em nossas ruas para pessoas que não têm por que usá-las. Ponto. Já é hora de dizer basta", disse Obama em uma nota emitida pela Casa Branca.

Uma das grandes frustrações da Administração Obama é justamente ter sido incapaz de levar adiante no Congresso suas iniciativas para limitar o acesso às armas e impedir que cheguem a mãos de pessoas com antecedentes ou de doentes mentais.

A Polícia investiga agora se o agressor do Colorado tinha histórico criminal ou problemas de saúde mental, assim como as razões que o levaram a cometer o ato.

O detido, de 57 anos e identificado como Robert Lewis Dear, está sob custódia policial após manter em expectativa nesta sexta-feira todo o país ao se refugiar armado com um rifle de assalto durante quase cinco horas em um centro de planejamento familiar, que inclui uma clínica de abortos, da Planned Parenthood, em Colorado Springs.

Trata-se de um homem branco, de cabelo grisalho e barba branca, segundo a foto divulgada pela Polícia.

Os mortos são dois civis não identificados e um dos primeiros agentes a chegar ao local, o policial Garrett Swasey de 44 anos.

Outros quatro civis e cinco policiais estão sendo atendidos em hospitais locais com ferimentos de bala, mas não correm perigo, segundo informou a porta-voz da Polícia local, Catherine Buckley, em entrevista à imprensa.

Durante cerca de cinco horas, se viveu uma cena caótica na qual os policiais trocaram tiros com o detido, enquanto ao mesmo tempo iam retirando as pessoas que tinham ficado presas no centro, a maioria delas mulheres.

Desde a morte de 20 crianças de pouca idade em dezembro de 2012 na escola de primária de Sandy Hook (Connecticut), Obama tentou sem sucesso promover melhores controles de acesso às armas e a limitação de carregadores de alta capacidade.

Os EUA têm o recorde de mortes por arma de fogo dos países avançados. Entre 2004 e 2013 morreram assim 316.545 pessoas no país, segundo dados do Centro de Prevenção de Doenças (CDC).

A Planned Parenthood não sabe se seu centro em Colorado Springs era um alvo de associações antiabortistas, mas garantiu em comunicado que vai continuar proporcionando serviços reprodutivos, apesar de "os extremismos que estão criando um ambiente envenenado que alimenta o terrorismo doméstico no país".

Os prédios desta organização, que praticam abortos entre outros vários serviços de planejamento familiar e saúde reprodutiva, têm forte oposição entre os ativistas antiaborto e recentemente foram objeto de duras críticas por parte de membros importantes do Partido Republicano, entre eles os pré-candidatos à Presidência em 2016.

A última batalha, que o Partido Republicano travou até quase a uma paralisação do governo, foi a conta de vídeos editados por um grupo antiaborto nos quais membros da Planned Parenthood falam sobre a venda a pesquisadores médicos do tecido dos fetos abortados em suas clínicas.

A candidata democrata favorita para as eleições de 2016, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, mostrou ontem mais uma vez seu apoio à organização com a mensagem "Hoje e sempre estamos com a Planned Parenthood", que publicou nas redes sociais Facebook e Twitter.

O centro de planejamento familiar, que recebe US$ 500 milhões por ano de fundos federais, tem 700 centros em todo o país e oferece serviços a cerca de 2,7 milhões de mulheres.

Desde 1997, nos EUA houve pelo menos 73 ataques em clínicas de aborto, segundo dados da Federação Nacional do Aborto.

Os ataques remontam a 1973, quando se legalizou o aborto em nível nacional nos EUA após uma sentença do Tribunal Supremo.

EFE   
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