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Estados Unidos

Obama engaveta escudo antimísseis e se compromete com a Polônia

28 mai 2011 - 09h30
(atualizado às 12h33)
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Na última etapa de seu giro de seis dias pela Europa, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou neste sábado seu compromisso com a segurança da Polônia, após abortar um plano de construir no país um escudo de defesa antimísseis. Em visita a Varsóvia, Obama afirmou que a sua decisão de engavetar o plano elaborado por seu antecessor, George W. Bush, de construir o escudo antimísseis não traz qualquer risco para a Polônia ou para a região.

Obama e primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, participaram de uma coletiva de imprensa em Varsóvia
Obama e primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, participaram de uma coletiva de imprensa em Varsóvia
Foto: Reuters

Em uma breve entrevista concedida ao lado do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, Obama disse que a Polônia "é um de nossos aliados mais fortes e mais próximos, e um líder na Europa". O presidente americano também saudou o crescimento econômico polonês e o apoio do país aos movimentos pró-democracia no norte da África e do Oriente Médio, dizendo que a Polônia é um exemplo de transição bem executada.

Obama disse que a Polônia é "um exemplo vivo do que é possível quando um país leva reformas a sério", referindo-se à transição do regime comunista para o modelo capitalista, no fim dos anos 1980.

Deslize
O correspondente da BBC em Varsóvia Stephen Evans afirma que líderes poloneses estavam esperando que Obama corrigisse o que muitos viram como um deslize, quando ele cancelou o projeto de construir o escudo antimísseis, em uma tentativa de se aproximar com a Rússia. Segundo Evans, muitas pessoas na Polônia se desapontaram quando os Estados Unidos desistiram de construir o sistema de defesa, vendo esta iniciativa como uma concessão à Rússia e um sinal de falta de comprometimento para com os poloneses.

Obama insistiu que a sua estratégia tem a ver com reafirmar os princípios da Otan de defesa mútua, afirmando que isto permite que os dois países lidem com ameaças comuns. "A Otan é a aliança mais forte da história primeiramente porque tem um princípio muito simples - que nós defendemos a nós mesmos", disse o presidente.

"O que nós queremos fazer é criar um ambiente nesta região no qual a paz e a segurança sejam algo determinado - que não é bom só para esta região, é bom para os Estados Unidos da América. Nós vamos estar sempre dispostos a ajudar a Polônia", afirmou. Tusk disse que as palavras de Obama "dão a sensação de que nós trabalhos juntos pelo propósito da segurança da Polônia" e que a estratégica americana é "o melhor caminho para garantir a segurança" ao seu país.

Energia
Os dois países anunciaram planos para manter reuniões bilaterais de alto nível para promover maneiras de incrementar o crescimento econômico. O presidente americano disse que ambos os governos discutiram cooperação em uma "gama de iniciativas de energia limpa", incluindo projetos de gás natural e energia nuclear. A Polônia tem reservas de xisto, que contêm gás natural.

O correspondente da BBC afirma que a Alemanha e a Rússia não querem que estas reservas sejam abertas. Os alemãs alegam razões ambientais, enquanto os russos talvez temam uma diminuição nas suas exportações de gás para a região.

Evans diz que a esperança em Varsóvia é que Obama apoie a abertura das reservas de xisto, com a possibilidade de ajuda de empresas americanas de energia. Os Estados Unidos já anunciaram uma nova iniciativa em segurança na região - estabelecer um destacamento aéreo na Polônia, a fim de treinar os militares locais. No entanto, Obama não atendeu o desejo polonês de revogar a necessidade de visto para os seus cidadãos que viajam ao território americano.

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