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Estados Unidos

Obama e Hu Jintao abordam programa nuclear norte-coreano

26 mar 2012 - 05h18
(atualizado às 09h49)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desenvolveu nesta segunda-feira uma ofensiva diplomática para evitar que a Coreia do Norte, como ameaça, lance no próximo mês um satélite de observação sobre um míssil de longo alcance.

Barack Obama cumprimenta o presidente chinês, Hu Jintao, antes de uma reunião bilateral na capital sul-coreana
Barack Obama cumprimenta o presidente chinês, Hu Jintao, antes de uma reunião bilateral na capital sul-coreana
Foto: AFP

O líder americano se reuniu com o presidente da China, Hu Jintao, cujo país é o principal aliado de Pyongyang, para pedir que ele exerça sua influência sobre a Coreia do Norte e convença seus líderes a abandonar a ideia do lançamento.

Segundo afirmou o conselheiro adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, no encontro, que se prolongou por 90 minutos, Hu expressou sua "grande inquietação" pela ameaça e as duas partes "acordaram coordenarem-se muito de perto" neste assunto.

"A China afirmou que este assunto será levado muito seriamente e que colaborará ativamente conosco, está comprometida a enviar uma mensagem firme sobre as preocupações internacionais", declarou o alto funcionário.

Previamente, segundo um porta-voz sul-coreano, a China tinha indicado no transcorrer de uma reunião bilateral entre Hu e o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, que tentaria dissuadir a Coreia do Norte.

Mas, segundo Rhodes, além de a China transmitir a preocupação mundial sobre o lançamento, Pequim deve plantear a adoção de medidas de pressão adicionais.

"É importante que a China considere que medidas adicionais pode adotar" para pressionar a Coreia do Norte, insistiu.

Os Estados Unidos consideram que o lançamento violaria os compromissos internacionais norte-coreanos e resoluções do Conselho de Segurança da ONU e advertiu que impossibilitaria o acordo de fevereiro pelo qual os EUA forneceriam 240 mil toneladas de alimentos em troca do compromisso de Pyongyang de pôr fim a seus testes nucleares e de mísseis de longo alcance.

Antes da reunião com Hu, a 11ª entre os dois líderes, Obama tinha lançado um pedido direto às autoridades norte-coreanas para que mudem de intenção.

Em discurso na Universidade Hankuk de Seul, Obama pediu à nova liderança norte-coreana, liderada por Kim Jong-un após a morte de seu pai Kim Jong-il em dezembro, a "ter a coragem de buscar a paz" e dar uma nova vida aos cidadãos da Coreia do Norte, renunciando ao desenvolvimento de armamento nuclear.

Ao mesmo tempo, o presidente se mostrou taxativo ao insistir em que "não haverá recompensas para as provocações".

Os Estados Unidos "não têm intenções hostis com o seu país. Estamos comprometidos com a paz, e estamos dispostos a dar passos para melhorar as relações", insistiu o presidente, que no domingo visitou pela primeira vez a zona desmilitarizada entre as duas Coreias.

Segundo afirmou Obama, as provocações e a busca por armamento nuclear não alcançaram a segurança que a Coreia do Norte busca, mas sim a prejudicaram. "Em vez da dignidade que desejam, ficaram mais isolados" e a comunidade internacional impôs sanções mais duras.

O presidente americano, que na sua visita à região desmilitarizada destacou a "abrupta" diferença nas condições de vida dos dois países, pediu a liberdade da Coreia do Norte e um futuro no qual a península esteja reunificada.

"Dada a oportunidade, se for concedida a sua liberdade, os coreanos no norte também são capazes de grandes progressos", disse o presidente americano.

Pyongyang afirma que sua intenção de lançar o satélite de observação é uma homenagem ao centenário de seu fundador, Kim Il-sung, enquanto Washington considera que se trata de um teste encoberto de lançamento de mísseis de longo alcance que viola os compromissos internacionais norte-coreanos.

Embora a situação na Coreia do Norte não esteja na agenda oficial, a II Cúpula sobre Segurança Nuclear acontece à sombra da ameaça de Pyongyang e foi objeto de debate em diversas reuniões bilaterais.

EFE   
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