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Estados Unidos

Obama dá primeiro passo para conseguir maior controle de armas nos EUA

16 jan 2013 - 19h13
(atualizado às 19h32)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu nesta quarta-feira o primeiro passo para conseguir um maior controle sobre as armas no país com a assinatura de 23 decretos e pediu ao Congresso que se some ao esforço, além de apelar a toda sociedade a assumir a responsabilidade de proteger as crianças da violência.

"Não podemos deixar isto de lado por mais tempo", ressaltou Obama em um discurso na Casa Branca em referência à violência causada pelas armas ao anunciar os decretos, que não precisam passar pelo Congresso.

Ao ato foram convidadas várias crianças que escreveram cartas ao presidente durante o último mês preocupadas pela violência das armas por causa da tragédia da escola Sandy Hook de Newtown, onde em dezembro Adam Lanza matou 20 crianças e 6 adultos após assassinar sua mãe e antes de suicidar-se.

"É nossa principal tarefa como sociedade, manter nossas crianças a salvo (...) E suas vozes devem nos obrigar a mudar", disse Obama após ler fragmentos de cartas como a de uma das meninas presentes no ato de hoje, que lhe pedia que "trabalhe muito" para frear a violência e as mortes causadas pelas armas.

"Farei tudo o que estiver em minhas mãos para conseguir isso. Mas a única forma de concretizar essa mudança é se o povo americano se unir e exigir", comentou Obama, lembrando que apenas no último mês foram registradas 900 mortes por armas de fogo no país.

Também destacou que para conseguir "um impacto real e durável" o Congresso "deve atuar" e aprovar leis que complementem os decretos presidenciais anunciados hoje.

As medidas assinadas por Obama se dividem em quatro categorias e entre elas figuram a proibição de comercializar rifles de assalto, a exigência de comprovação de antecedentes criminais para todas as vendas e o aumento da cobertura médica em saúde mental.

Segundo Obama, é a hora de o Congresso aprovar "um sistema universal de comprovação de antecedentes", uma medida "de bom senso", assim como para restaurar a proibição da venda das armas de assalto de tipo militar e dos carregadores de alta capacidade.

Além disso, o presidente anunciou a nomeação de Todd Jones como diretor da ATF, agência encarregada do controle e acompanhamento do comércio ilegal de armas, e solicitou ao Senado que aprove sua indicação.

"Junto com nossa liberdade de viver nossas vidas vem a obrigação de permitir a outros que façam o mesmo", declarou Obama, que reiterou seu apoio à Segunda Emenda da Constituição americana, que prevê o direito ao porte de armas, e aos proprietários "responsáveis".

Obama lembrou em especial uma das vítimas da tragédia de Newtown, uma menina de sete anos chamada Grace, e contou que tem pendurado em seu escritório ao lado do Salão Oval um dos desenhos da criança que recebeu de seu pai.

"Vamos fazer o correto por Grace e por todos os americanos que são vítimas diariamente da violência sem sentido", enfatizou Obama.

O vice-presidente Joe Biden, que liderou nas últimas semanas um grupo de trabalho encarregado de apresentar propostas a Obama sobre o controle de armas, ressaltou que é uma "obrigação moral" fazer todo o possível para reduzir as possibilidades que ocorra outro massacre como o de Newtown.

Biden sustentou que "nunca" tinha visto os americanos tão comovidos e acrescentou: "A sociedade mudou e está exigindo ação".

Presente também no ato, a prefeita de Newtown, Patricia Llodra, saiu em defesa das medidas anunciadas por Obama e disse que são "de bom senso" e pediu para elas um apoio cidadão que permita que este seja "o momento da mudança" nos EUA.

Na terça-feira, o estado de Nova York aprovou as normas mais duras do país sobre posse de armas de fogo, centradas na regulação da posse de rifles de assalto e carregadores de alta capacidade.

Por sua parte, a Associação Nacional do Rifle (NRA), o maior grupo de defesa da posse de armas e que conta com quase quatro milhões de filiados, lançou um anúncio na internet no qual chama Obama de "hipócrita elitista".

"Por que Obama é tão cético sobre colocar seguranças armados em nossas escolas quando suas filhas estão protegidas por guardas armados?", pergunta a NRA no anúncio, qualificado pela Casa Branca de "repugnante e covarde".

EFE   
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