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Estados Unidos

Obama apoia projeto de lei para proibir armas de assalto

18 dez 2012 - 16h55
(atualizado em 19/12/2012 às 09h43)
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O presidente Barack Obama deu nesta terça-feira apoio ao projeto de lei para proibir a posse de fuzis de assalto e outras armas semiautomáticas, depois do massacre ocorrido na escola primária de Connecticut.

Jay Carney conversa com os jornalistas na Casa Branca; Obama apoia lei que restringe venda de rifles de assalto
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Foto: AP

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O porta-voz da Casa Branca Jay Carney afirmou que o presidente vai apoiar a iniciativa proposta pela senadora democrata Dianne Feinstein para proibir certos tipos de armas semiautomáticas com carregadores removíveis e concepção militar. Carney disse que o presidente também apoiará qualquer ação para proibir carregadores de alta capacidade - que têm munição para dezenas de tiros - e acabar com a brecha que permite indivíduos sem licença vender armas de forma privada.

Feinstein prometeu nesta segunda-feira encorajar o projeto de lei logo após a posse dos novos congressistas, em janeiro, e disse à CNN que o texto "será forte e definitivo. Vai proibir com nome e sobrenome pelo menos 100 armas de assalto semiautomáticas de tipo militar". Uma proibição anterior das armas de assalto expirou em 2004 e, desde então, muitos cidadãos adquiriram versões semiautomáticas de fuzis de assalto como o Kalashnikov ou o AR-15.

O debate sobre a questão ressurgiu após o massacre de sexta-feira em Newtown, Connecticut (nordeste dos EUA), onde um jovem matou a mãe em casa e depois foi à escola de ensino fundamental Sandy Hook, onde assassinou 20 crianças e seis adultos, antes de se suicidar. O assassino, identificado como Adam Lanza, de 20 anos, usou um fuzil de assalto Bushmaster, versão semiautomática do AR-15, para cometer o massacre, que provocou uma avalanche de pedidos para controlar de forma mais restrita a posse de armas.

Contudo, Obama e Feinstein podem entrar em choque com o poderoso lobby que defende o direito à posse de armas e de legiões de entusiastas do tiro. Obama apoiou durante longo tempo a restauração da proibição de fuzis de assalto e armas similares, mas não tomou nenhuma medida durante seu primeiro mandato para que isso ocorresse, apesar de o país sofrer uma epidemia destes violentos episódios, incluindo 62 tiroteios desde 1982, três dos mais mortíferos na segunda metade deste ano.

De acordo com uma pesquisa difundida pela emissora CBS esta terça-feira, 57% dos americanos são favoráveis a uma lei mais rigorosa sobre compra de armas. De qualquer forma, a metade pensa que uma legislação mais estrita não teria impedido o massacre em Sandy Hook. Na maioria dos casos, foram usadas armas curtas semiautomáticas ou fuzis de assalto na versão civil adquiridas de forma legal. Em 2009, havia uma estimativa de 310 milhões de armas de fogo não militares nos Estados Unidos, o que equivale a uma por cidadão. A população norte-americana tem 20 vezes mais probabilidades de morrer por arma de fogo que a de qualquer outro país desenvolvido.

Em Newtown, a maioria dos colégios reabriram esta terça-feira, embora os sobreviventes da tragédia continuem em casa e a escola fundamental Sandy Hook permaneça fechada por causa da investigação policial em andamento. Quanto à investigação, a polícia não deu maiores detalhes sobre o que teria encontrado ao revistar a casa da mãe do assassino, Adam Lanza, que não tem antecedentes criminais, e que poderia explicar o que aconteceu. Entre os elementos examinados estão o fuzil de assalto e as pistolas que Lanza levou para a escola e que pertenciam à sua mãe, Nancy. A imprensa americana também informou que a polícia analisava o disco rígido do computador do jovem.

Pouco a pouco vai se desenhando a imagem de um jovem que ninguém conhecia bem e de uma mãe que fez de tudo para protegê-lo, mas que, de forma finalmente trágica, transmitiu ao filho a paixão pelas armas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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