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Estados Unidos

Obama anunciará amanhã plano de controle de armas de fogo

15 jan 2013 - 19h52
(atualizado às 20h07)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentará nesta quarta-feira um pacote de medidas para endurecer o controle de armas, entre elas a proibição dos rifles de assalto, e até 19 ações que poderia tomar sem o aval do Congresso. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, informou nesta terça-feira que o líder discursará na tarde de amanhã junto com o vice-presidente Joseph Biden, em cujas recomendações se baseou para desenhar a estratégia.

O policial Ray Mesek registra rifle entregue ao Departamento de Polícia de Bridgeport, Connecticut. Oito dias após o massacre em uma escola na cidade de Newtown, várias cidades do Estado de Connecticut realizaram neste sábado eventos de entrega de armas em troca de dinheiro. O programa local determinou que serão entregues US$ 200 para pistolas e revólveres, US$ 75 para rifles e um valor maior a ser determinado por armas de assalto<br />
O policial Ray Mesek registra rifle entregue ao Departamento de Polícia de Bridgeport, Connecticut. Oito dias após o massacre em uma escola na cidade de Newtown, várias cidades do Estado de Connecticut realizaram neste sábado eventos de entrega de armas em troca de dinheiro. O programa local determinou que serão entregues US$ 200 para pistolas e revólveres, US$ 75 para rifles e um valor maior a ser determinado por armas de assalto
Foto: AFP

Obama quer uma "resposta integral" ao problema das armas no país e por isso pedirá "ações legislativas específicas" ao Congresso, "incluída a proibição de armas de assalto e uma medida para proibir os carregadores de alta capacidade", antecipou Carney. Também proporá "um esforço para acabar com os grandes resquícios no sistema de revisão de antecedentes" para a compra de armas que existe no país, assinalou. No entanto, Obama está decidido a tomar algumas medidas através de decretos que não precisam do sinal verde do Congresso. 

As recomendações entregues por Biden na segunda-feira detalhavam 19 ações que Obama poderia tomar por essa via, segundo indicaram hoje vários dos congressistas que se reuniram com o vice-presidente para tratar o assunto. Entre elas está a possibilidade de fazer uma pesquisa em nível nacional sobre o problema, que seria encomendada aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), razão pela qual se prevê que a saúde mental seja um importante componente na mesma.

Também se cogita centralizar a informação sobre antecedentes que deve acompanhar as vendas de armas e melhorar as bases de dados para que sejam mais completos. Outra ideia é nomear um diretor do Escritório de Álcool, Tabaco e Armas (ATF, na sigla em inglês), que está há seis anos sem um dirigente permanente.

Com um Congresso dividido sobre o assunto e submetido à poderosa influência da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), é previsível que Obama tenha que empregar boa parte de seu capital político para levar adiante seu plano. Biden reconheceu na segunda-feira perante os congressistas que por enquanto não há uma estratégia clara do Governo para a batalha que se aproxima, mas lembrou a possibilidade de recorrer ao aparato político da campanha de reeleição de Obama.

"Disse que (seu trabalho) se centrou principalmente nas medidas e que a estratégia política do assunto ainda não foi elaborada. Nos lembrou que a infraestrutura de sua campanha segue estando acessível", declarou a congressista democrata Jackie Speier à revista Politico. No anúncio de amanhã, estarão presentes crianças de todo o país que enviaram cartas a Obama por causa do massacre de Connecticut para expressar sua preocupação pela violência derivada das armas e a segurança nos colégios, segundo Carney.

O tiroteio de Newtown, no qual há um mês um jovem matou 27 pessoas, entre elas 20 crianças, antes de suicidar-se, mudou a percepção de muitos americanos sobre o problema das armas, e, segundo uma pesquisa do jornal Washington Post, 52% dos cidadãos apoia agora mais que antes as medidas de controle de armas.

Ao mesmo tempo, o medo de medidas mais restritivas acelerou a venda de armas no último mês e a NRA assegurou hoje que registrou aumento "sem precedentes" na inscrição de novos membros ao grupo, com 250 mil no último mês. O presidente da NRA, David Keene, garantiu neste domingo que o grupo tem a influência suficiente para impedir que o Congresso aprove a proibição dos rifles de assalto proposta por Obama. Essa proibição já esteve em vigor entre 1994 e 2004, ano no qual expirou a lei assinada a esse respeito pelo ex-presidente Bill Clinton, sem que houvesse tentativas para renová-la.

A NRA insiste na necessidade de respeitar a segunda emenda da Constituição, que garante o direito a portar armas, algo que Obama assegura que fará. "Obama acredita e sabe que a maioria dos proprietários de armas são altamente responsáveis, que compram armas legalmente e as usam de forma segura", e que a maioria deles apoia "medidas de bom senso" para impedir o acesso às armas de pessoas que não deveriam tê-lo, concluiu Carney.

EFE   
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