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Estados Unidos

Obama afirma que EUA não conseguirão controlar armas sem "mudança de atitude"

19 jun 2015 - 23h11
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira que o país precisa de uma "mudança de atitude" em meio ao problema da violência causada pelas armas antes de poder implementar uma reforma significativa para controlar sua posse e venda, um objetivo que buscou sem sucesso durante seu mandato.

Obama se referiu pelo segundo dia consecutivo à necessidade de um maior controle de armas por causa do tiroteio que deixou nove mortos na quarta-feira em uma igreja da comunidade negra de Charleston (Carolina do Sul), e que comoveu o país novamente.

"Precisamos de uma mudança de atitude por parte de todos: que cumpram a lei os proprietários de armas e aqueles que não estão familiarizados com as armas. Temos que ter uma conversa sobre isso para uma regulação", disse perante uma conferência de prefeitos de todo o país realizada em San Francisco, no estado da Califórnia.

De acordo com o presidente americano, é preciso "ter um sentido de urgência, pois em último caso, o Congresso seguirá o povo e, em algum momento, como país, é preciso analisar o que está acontecendo".

Obama afirmou no ano passado que sua maior frustração como presidente foi o fracasso de seus esforços para conseguir um maior controle da venda e posse de armas no país.

O debate sobre as armas reacendeu em 2012 nos Estados Unidos por causa de dois fatos desse ano: o massacre em um cinema de Aurora (Colorado), onde houve 12 mortos e 58 feridos; e o incidente na escola Sandy Hook de Newtown (Connecticut), onde 20 crianças e 6 mulheres foram assassinadas a tiros.

O governo de Obama impulsionou um conjunto de medidas para reformar a legislação de controle de armas, mas o Congresso não aprovou nem a que gerava mais consenso: um sistema de verificação de antecedentes para impedir que as armas chegassem aos criminosos ou às pessoas com problemas de saúde mental.

"Sei que a política de hoje faz com que seja menos provável que vejamos uma legislação séria sobre a segurança com as armas. Eu já disse outras vezes que é muito improvável que este Congresso aja em relação a isso", afirmou .

"Acho que alguns jornalistas entenderam isso como uma submissão. Quero deixar claro que não estou resignado. Tenho fé que eventualmente faremos o certo. Simplesmente estava explicando que temos que movimentar a opinião pública", explicou.

Em discurso no ano passado, Obama atribuiu parte do problema ao fato de que "a maioria dos membros do Congresso temem a Associação Nacional da Espingarda (NRA)", que, junto à indústria armamentista, "está muito bem financiada e tem a capacidade de movimentar votos".

Hoje, Obama opinou que o Congresso americano "atua quando o público insiste na ação", e "a opinião pública pode mudar", como está ocorrendo "com o casamento gay e a mudança climática".

"Temos que ter um sentido de urgência. Nós, como povo, temos que mudar", declarou.

Obama disse que não sabe se a legislação para um maior controle de armas que fracassou no Congresso em 2013 "poderia ter prevenido o que houve em Charleston porque nenhuma reforma pode garantir a eliminação da violência, mas pode ser que ainda houvesse alguns americanos a mais agora".

Centenas de pessoas se reuniram na noite da sexta-feira em um estádio de Charleston para prestar homenagem às nove vítimas do tiroteio da quarta-feira, cujo autor, o jovem branco de 21 anos Dylann Roof, foi acusado de nove crimes de assassinato que podem levá-lo à pena de morte.

EFE   
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