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Estados Unidos

O mundo se surpreende, mas felicita Obama pelo Nobel da Paz

9 out 2009 - 12h01
(atualizado às 12h29)
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A notícia causou surpresa, mas os parabéns foram enviados de todas as partes do mundo logo após o anúncio do Prêmio Nobel da Paz concedido a Barack Obama, e a maioria dos votos de felicitações veio acompanhado do desejo de que o prêmio incentive o presidente americano a intensifcar os esforços pela paz no mundo.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, felicitou o presidente em um comunicado. "O presidente Obama personifica o novo espírito de diálogo e compromisso com os principais problemas do mundo: mudança climática, desarmamento nuclear e um amplo leque de desafios à paz e segurança".

Este prêmio é um incentivo para todos que desejam um mundo mais seguro, afirmou, por sua vez, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, enquanto que a chanceler alemã Angela Merkel também chamou o prêmio de um "incentivo para trabalhar mais em favor da paz".

Na França, o presidente Nicolas Sarkozy felicitou o colega e disse que o prêmio "recompensa (Obama) por seu decidido compromisso pelos direitos humanos, justiça e propagação da paz no mundo".

"Obama deve agora reforçar seu compromisso, enquanto presidente da nação mais poderosa do mundo, de continuar promovendo a paz e o fim da pobreza", afirmou a Fundação Nelson Mandela. O Irã foi a primeira nação que não mantém relações cordiais com os Estados Unidos a reagir à notícia.

"Esperamos que o prêmio o incentive a abrir o caminho para a justiça no mundo", afirmou Ali Akbar Javanfekr, conselheiro do presidente Mahmud Ahmadinejad. "Agora ele deve fazer algo com seu prêmio", declarou a dissidente uigur Rebiya Kadeer, porque "isso aumenta as esperanças de vê-lo defender as nações oprimidas".

A Federação Internacional de Ligas dos Direitos Humanos (FIDH) se mostrou igualmente exigente, aconselhando o presidente premiado a "passar para a ação". Em Bangcoc, o principal representante das Nações Unias para o clima, Yvo de Boer, declarou que espera que o prêmio faça o presidente se comprometer ainda mais a favor de um novo acordo sobre a mudança climática.

Um porta-voz dos talibãs no Afeganistão condenou a atribuição do Nobel a Obama. "Não percebemos nenhuma mudança de estratégia para a paz, ele não fez nada pela paz no Afeganistão, ele não adotou uma medida sequer para isso ou para tornar o país mais estável", declarou Zabihullah Mujahid, porta-voz dos talibãs, por telefone à AFP.

Já o presidente afegão, Hamid Karzai, disse que Obama "é a pessoa certa para esta distinção". Mohamed ElBaradei, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), afirmou que Obama é a "esperança de um mundo de paz".

"Você trouxe a toda a humanidade uma nova esperança. Sob sua liderança, a paz se tornou uma verdadeira prioridade", escreveu o presidente israelense Shimon Peres, que também recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1994.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, expressou seu desejo de que Obama consiga instaurar um Estado palestino sob sua presidência.

"Abbas espera que a paz prevalecerá na Palestina e na região sob a presidência de Obama graças à instauração de um Estado palestino com Jerusalém como capital", declarou à AFP o principal negociador palestino, Saeb Erakat.

Em compensação, o movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, disse que o presidente americano "tem que fazer ainda muitas coisas antes de merecer o Nobel da Paz".

"(Obama) não ofereceu nada aos palestinos, salvo promessas e boas intenções. Ao mesmo tempo, expressa seu apoio absoluto à ocupação (israelense)", afirmou à AFP um porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri.

O chefe da Liga Árabe, Amr Musa, se declarou muito contente com o Prêmio Nobel da Paz para o presidente Obama e expressou sua esperança de que isso ajude nos esforços de solução do conflito no Oriente Médio.

Surpreendentemente, entre as reações mais críticas figura a do ex-presidente polonês e Prêmio Nobel da Paz 1983, Lech Walesa. "Quem? Obama? Tão rápido? É muito rápido! Ele não teve tempo de fazer nada. Por ora, a única coisa que fez foram propostas", afirmou Walesa à AFP.

O Vaticano, por sua vez, espera que a concessão do prêmio contribua para o desarmamento nuclear e a paz mundial, indicou a Santa Sé em uma declaração oficial.

"A atribuição do Nobel da Paz ao presidente Obama foi recebida com apreço no Vaticano, principalmente pelo compromisso mostrado em favor da paz internacional e, em particular, pelo apoio ao desarmamento nuclear, com declarou recentemente", assegurou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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