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Estados Unidos

Nova York inaugura aluguel de bicicleta em busca de alternativas urbanas

A partir de hoje, a metrópole passa a contar com sistema público com 6 mil bicicletas e 330 estações; a taxa anual sai por US$ 95 (R$ 190)

27 mai 2013 - 15h47
(atualizado às 15h49)
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Painel de estação da Citi Bike em Nova York: após adiamento e pessimismo, experimento começa a ser posto em prática
Painel de estação da Citi Bike em Nova York: após adiamento e pessimismo, experimento começa a ser posto em prática
Foto: AP

Famosa pelas grandes avenidas e pelo espírito de grande metrópole, Nova York tenta, a partir desta segunda-feira, dar um novo passo à sua vida urbana no século XXI com a inauguração do sistema de aluguel de bicicletas. Trata-se de um incremento que precisou superar certo pessimismo nova-iorquino e que provavelmente precisará passar por um período para saber se Nova York se adaptará a uma tendência seguida por outras grandes cidades do mundo inteiro.

O programa nova-iorquino do bike sharing (compartilhamento de bicicleta, como os americanos denominam o sitema), batizado Citi Bike, segue um sistema similar ao já conhecido em algumas cidades brasileiras. Os usuários inscrevem-se no sistema e pagam uma taxa anual de US$ 95 (aproximadamente R$ 190) para viagens livres de até 45 minutos. Há também a opção de locações livre de inscrição para uso e testes de um dia ou uma semana através de cobrança em cartão de débito ou crédito.

O sistema começa com seis mil bicicletas – todas de três marchas e pintadas em azul escuro – e 330 estações nos bairros de Manhattan e no Brooklyn. A ideia incrementar a rede para 10 mil bicicletas e 600 estações, englobando também o Queens. “Quando você fala de proporções, nenhuma outra cidade americana chega perto”, comentou Jon Orcutt, diretor de políticas da Secretaria de Transporte que está supervisionando o lançamento do programa.

De partida, são seis mil bicicletas e 330 estações em Manhattan e no Brooklyn
De partida, são seis mil bicicletas e 330 estações em Manhattan e no Brooklyn
Foto: AP

Em busca da integração

Como ocorre nas outras metrópoles que apostaram no sistema, a ideia do Citi Bike é ampliar a opção de transporte da cidade para servir tanto como um modo de se chegar ao trabalho como de se passear pela cidade. São, atualmente, pouco mais de mil quilômetros de linhas de bicicleta interligando importantes pontos da cidade.

Empreitada inteiramente privada, o Citi Bike recebeu o investimento de US$ 41 milhões do Citibank e US$ 6,5 milhões de MasterCard. “O sistema é pago pelos financiadores, de modo que é livre de impostos para os nova-iorquinos”, disse a Comissária de Transporte de Nova York, Janette Sadik-Khan. “Os nova-iorquinos podem ter uma nova chave de acesso à cidade e se juntar aos outros ícones de transporte da cidade. É um novo modo de andar pela cidade.”

A expectativa é que o programa reduza o número de carros e estimule hábitos de uma vida mais saudáveis – um dos pilares da gestão do prefeito Michael Bloomberg, que também batalhou pela redução do tamanho dos copos de refrigerante.

A modalidade básica é a taxa anual de US$ 95 que permite viagens ilimitadas de até 45 minutos de duração
A modalidade básica é a taxa anual de US$ 95 que permite viagens ilimitadas de até 45 minutos de duração
Foto: AP

Incertezas

Mas foi um longo caminho para Nova York chegar ao sistema de compartilhamento de bicicleta até que se superasse a percepção de que a cidade e suas ruas são perigosas demais – e seus moradores, muito pouco responsáveis.

Foram dois anos e 400 encontros com líderes comunitários para definir a colocação das estações. Centenas de novas faixas destinadas às bicicletas foram construídas, e muitas reformas urbanas foram executadas tendo em vista uma cidade que abrigasse a ideia da bicicleta como meio de transporte.

Ainda assim, muitos moradores reclamam de algumas estações montadas em bairros tirando espaço de estacionamentos e encontros públicos. O lançamento do programa foi adiado duas vezes – mais recentemente devido à tempestade Sandy, que danificou muito do equipamento, incluindo bicicletas.

As bicicletas têm três marchas e são pensadas para percursos curtos; o sistema sugere mas não exige uso de capacete
As bicicletas têm três marchas e são pensadas para percursos curtos; o sistema sugere mas não exige uso de capacete
Foto: AP

Vantagens

Susan Shaheen, professora de engenharia civil e ambiental da Universidade da Califórnia, em Berkeley, defende que programas de compartilhamento ajudam a diminuir o número de acidentes por teoricamente imprimir novos hábitos e maior atenção aos motoristas ao colocar mais bicicletas nas ruas.

Sua pesquisa mostrou que sistemas de compartilhamento com mais de mil bicicletas têm uma média de 4,33 acidentes por ano (e nenhuma morte). Em Nova York, houve 369 acidentes graves envolvendo ciclistas em 2011 (e 22 mortes). O programa sugere que os usuários usem capacetes, mas não exige.

Até o mês passado, havia um total de 534 programas de compartilhamento de bicicleta em todo o mundo. A informação é do banco de dados de Russel Meddin, entusiasta do sistema de bike sharing que mapeia o uso de programas do tipo em todo o mundo. O maior sistema de aluguel é o de Hangzhou, na China, onde se estima haver 69 mil bicicletas e 3 mil estações. Na Europa, são famosos os casos de Londres, Barcelona e Paris.

Texto adaptado de reportagem da agência AP.

Fonte: Terra
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