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Oriente Médio

Netanyahu e Abbas concordam em se reunir novamente

2 set 2010 - 14h24
(atualizado às 15h52)
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O enviado dos Estados Unidos para a paz no Oriente Médio, George Mitchell, afirmou nesta quinta-feira que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, mantiveram reuniões produtivas e vão se encontrar novamente na região nos dias 14 e 15 de setembro e, depois disso, a cada duas semanas.

O diálogo direto para a paz ocorreu apesar do enorme ceticismo e de episódios recentes de violência na Cisjordânia, que ressaltam os desafios enfrentados por ambos os líderes enquanto buscam um acordo para estabelecer um Estado independente palestino, ao lado de Israel.

"O presidente Abbas e o primeiro-ministro Netanyahu estão comprometidos a fazer o que for necessário para atingir o resultado correto", disse Mitchell a jornalistas, acrescentando que ele e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, vão participar das conversações de setembro.

Netanyahu afirmou mais cedo que as negociações não seriam fáceis. "Uma paz verdadeira, uma paz duradoura será alcançada apenas com concessões mútuas e dolorosas de ambos os lados."

Líderes israelenses e palestinos iniciaram nesta quinta-feira a primeira rodada de conversações diretas após mais de um ano, promovidas pelos Estados Unidos.

Mitchell afirmou que os dois lados concordaram que a conversa era delicada e, portanto, divulgariam poucas informações sobre os detalhes das discussões.

Mas ele afirmou que eles concordaram que o primeiro item da agenda seria produzir uma "estrutura do acordo" para estabelecer os compromissos fundamentais necessários para alcançar um acordo final dentro de um ano.

As conversações marcam o esforço mais recente de uma série de tentativas iniciadas há décadas para resolver uma das disputas mais espinhosas do mundo.

Oposição

O presidente Barack Obama, que tem apostado um considerável capital político na mediação norte-americana para o conflito em um ano de eleições parlamentares nos EUA, exortou ambos os lados a agarrar a chance de paz após encontros separados na Casa Branca na quarta-feira. Mas os contrários às concessões que teriam de ser feitas para dar uma chance à paz ameaçaram sabotar as negociações.

Em Gaza, o Hamas afirmou que seus militantes continuariam atacando israelenses nos assentamentos na Cisjordânia, onde a polícia palestina prendeu mais de 500 suspeitos militantes do Hamas após um membro do grupo islâmico ter matado a tiros quatro colonos judeus na terça-feira. "Mahmoud Abbas não tem o direito de falar pelos palestinos", afirmou um porta-voz do Hamas, que é opositor ao grupo Fatah liderado por Abbas.

Ao mesmo tempo, colonos judeus anunciaram planos para fazer novas construções imediatamente nos seus assentamentos na Cisjordânia, desafiando a moratória do governo israelense, que ainda tem mais três semanas de vigor.

Uma porta-voz dos colonos afirmou que a paralisação tinha acabado e que as construções voltariam em 80 assentamentos sem mais atrasos. Um porta-voz dos palestinos disse que Israel precisa conter qualquer atividade ligada a "sabotar os esforços de paz".

O assunto dos assentamentos assombra as negociações de paz. Abbas alertou que deixará as conversas com Israel se o Estado judaico não estender a moratória antes de ela expirar, em 26 de setembro.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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