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Nasa espera garantir ambições, apesar de cortes no orçamento

14 fev 2011 - 17h07
(atualizado às 17h34)
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O presidente americano, Barack Obama, incorporou a Nasa em seu plano de corte de gastos ao propor nesta segunda-feira, em seu projeto de orçamento, congelar por cinco anos o pacote destinado à agência espacial, que espera, apesar disso, preservar suas ambições.

O montante total requerido para a Nasa chega a US$ 18,7 bilhões de dólares para o exercício de 2012, que começa em 1º de outubro de 2011, e deverá prorrogar-se anualmente até 2016. A proposta apresentada por Obama ao Congresso representa um retrocesso de 1,6% em relação ao orçamento da Nasa de 2011, que ainda não foi adotado.

"Este orçamento reflete o conjunto da realidade orçamentária enfrentada pelo governo americano, ao saber que não há muito dinheiro em caixa", comentou John Logsdon, ex-diretor do instituto de política espacial em Washington e assessor externo do governo de Obama.

"E a Nasa paga sua cota do congelamento orçamentário geral", completou. "Este congelamento não deverá, no entanto, comprometer os objetivos da agência, mas certamente desacelerará seu calendário", considerou este especialista, ao afirmar que o orçamento "coloca em evidência que a Nasa espera cumprir com o previsto".

A Nasa dá grande prioridade ao funcionamento da Estação Espacial Internacional (ISS, da sigla em inglês), cujo uso foi estendido para até 2020, disse Logsdon. A agência espacial pretende dedicar fundos substanciais (US$ 850 milhões) para ajudar o setor privado a criar naves e cápsulas espaciais capazes de transportar - de forma mais econômica - para a ISS tanto tripulantes como material de carga.

Isso permitiria não depender exclusivamente dos Soyuz russos para enviar os astronautas americanos à estação internacional depois que duas naves forem aposentadas este ano. Os Estados Unidos financiaram grande parte da ISS, com em torno de US$ 100 bilhões.

No entanto, de acordo com Logsdon, "a Nasa baseia seu projeto de orçamento em montantes hipotéticos os quais espera que sejam citados no orçamento atual de 2011, que ainda deve ser aprovado" no Congresso. E os republicanos, que são maioria na Câmara dos Representantes, ameaçam cortar severamente os gastos federais, começando pelo orçamento de 2011. Sob pressão dos legisladores da esfera de influência ultraconservadora do Tea Party, pedem uma redução de US$ 100 bilhões em gastos.

"Se os republicanos impuserem sua vontade, todos os programas da Nasa estarão em perigo", advertiu, pedindo anonimato, um alto funcionário da agência. "Investimos em empresas americanas, para que elas desenvolvam naves e cápsulas para ir à ISS, e os republicanos aparentemente preferem pagar aos russos US$ 50 milhões por assento em um Soyuz para transportar nossos astronautas à estação", ironizou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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