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Estados Unidos

Morre aos 98 anos o ex-senador pelo estado da Virgínia Harry Byrd

30 jul 2013 - 15h55
(atualizado às 16h08)
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O ex-senador Harry Byrd, que iniciou sua carreira política na Virgínia como forte adversário da integração racial, e que passou de democrata a independente dedicado à austeridade fiscal, morreu nesta terça-feira aos 98 anos de idade.

Byrd, que foi tenente comandante na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, havia sido senador na Virgínia por 18 anos quando chegou em 1965 ao Senado federal para ocupar a cadeira que havia sido por 32 anos de seu pai.

Os Byrd haviam sido uma família dominante na política da Virgínia durante o século XX, e em 1970 Harry Byrd filho rompeu com o Partido Democrata quando se negou a assinar um juramento de apoio ao candidato presidencial em 1972, sem saber que seria eleito.

O eleito acabou sendo o senador George McGovern e Byrd arriscou seu futuro político como candidato independente, frente à oposição de democratas e republicanos.

"Sei muito bem das dificuldades que encaro com essa decisão", disse Byrd em discurso ao Estado. "O curso que tomo não tem precedentes. Mas prefiro ser um homem livre a um senador cativo".

Com isso, Byrd ganhou 54% dos votos, derrotou aos candidatos dos dois grandes partidos e se tornou o primeiro senador independente na Virgínia. Seis anos mais tarde foi o primeiro reeleito como independente ao Senado, do qual saiu em 1983, aos 68 anos.

Desde que foi eleito em 1947 para o Senado virginiano, aos 32 anos de idade, Byrd se destacou por seu árduo trabalho na formação dos orçamentos do Estado, e seu maior sucesso veio em 1978 quando promoveu e conseguiu que se fosse sancionada uma lei tornando obrigatório um orçamento balançado.

Byrd também lutou energicamente contra a integração racial e considerou que sua defesa da segregação havia sido uma das grandes batalhas de sua vida.

Em 1946, quando o país discutia a integração racial nas Forças Armadas, Byrd escreveu a um senador segregacionista: "jamais combaterei com um negro a meu lado. Prefiro morrer mil vezes e ver a bandeira nacional cair na lama para jamais se levantar, antes de ver essa nossa terra degradada pelos mulatos, um retrocesso à espécie mais negra da vida selvagem".

Mas em 1997, em sua última autobiografia, Byrd explicou que havia sido membro do Ku Klux Klan "porque era gravemente afetado por uma visão estreita".

"Sei que estava errado", acrescentou. "A intolerância não tem lugar nos Estados Unidos. Pedi perdão mil vezes, e não importa que peça perdão várias vezes: não posso apagar o que aconteceu".

EFE   
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