Morales: documentos querem gerar desconfiança na América Latina
3 dez2010 - 16h02
(atualizado às 18h40)
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O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta sexta-feira que os telegramas da diplomacia americana revelados pelo WikiLeaks demonstram que Washington busca "criar desconfiança" entre os governos da América do Sul, mas que, ao contrário, unirão ainda mais a região.
"Estamos falando do império americano. Esta informação busca enfrentar os presidentes, criar desconfiança. Não vão conseguir. Esta forma de operação feita pelos Estados Unidos nos fortalece", assegurou o governante em entrevista coletiva em La Paz.
Acrescentou que documentos como o que garante que Washington pediu à presidente argentina, Cristina Kirchner, ajuda para moderar a Bolívia, ou os que questionam a "saúde mental" do governante, não afetarão as relações entre La Paz e Buenos Aires.
"Jamais vou desconfiar da presidente Cristina", disse Morales, e acrescentou que os vazamentos demonstram a "falta inteligência no serviço de inteligência" americano, e confirmam suas denúncias sobre "espionagem e conspiração com fins meramente políticos".
Por outra parte, anunciou que o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, pediu desculpas por ter adiado a visita a La Paz, que estava prevista para esta sexta-feira, e prometeu uma viagem oficial "de maior duração" nos próximos meses.
Em reunião com a embaixadora americana Liliana Ayalde, o ministro das Relações Exteriores paraguaio Hector Lacognata disse que o vazamento "é uma questão delicada, que requer prudência"
Foto: Reuters
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, qualificou o vazamento como uma "atuação lamentável", que espera que não traga consequências para "a segurança da Alemanha e de seus aliados"
Foto: AP
Hillary afirmou que o Departamento de Estado tomará "medidas agressivas" para responsabilizar quem roubou as informações
Foto: AP
Mahmoud Ahmadinejad acredita que a "conspiração" não vai afetar as relações entre os países árabes
Foto: AP
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que os vazamentos do WikiLeaks oferecem uma prova clara de que o mundo árabe concorda com a avaliação de Israel de que o Irã é o principal perigo para o Oriente Médio. Netanyahu afirmou que os documentos divulgados revelam que Israel e os países árabes moderados têm muito mais em comum do que reconhecem publicamente. "A maior ameaça contra a paz mundial provém do armamento nuclear do regime iraniano", acrescentou
Foto: Reuters
O secretário de imprensa dos EUA, Robert Gibbs, disse que a Casa Branca condena os vazamentos, que qualificou de "irresponsáveis" e disse que eles colocam a vida de diplomatas em risco