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Estados Unidos

Monica Lewinsky rompe silêncio sobre relação com Clinton

Depois de mais de uma década evitando o assunto, ex-estagiária da Casa Branca afirma que caso com presidente norte-americano foi consensual; relação extraconjugal foi escândalo político nos EUA

6 mai 2014 - 15h38
(atualizado em 7/5/2014 às 08h12)
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<p>Lewinsky, após alguns anos de depressão, resolveu tirar proveito da publicidade recebida com o caso</p>
Lewinsky, após alguns anos de depressão, resolveu tirar proveito da publicidade recebida com o caso
Foto: AP

A ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky rompeu o silêncio de mais de uma década para insistir que sua relação com o presidente Bill Clinton em 1998 foi "consensual", mas acrescentou que "lamenta profundamente o ocorrido".

"Claro, meu chefe se aproveitou de mim, mas me manterei sempre firme neste ponto: foi uma relação consentida. Qualquer abuso foi posterior, quando me transformou em um bode expiatório para proteger sua poderosa posição", disse Lewinsky em artigo publicado nesta terça-feira pela revista "Vanity Fair".

Nele, ressaltou lamentar "profundamente o que aconteceu entre o presidente Clinton" e ela: "Deixe-me dizê-lo de novo. Eu. Mesma. Lamento Profundamente. O. Ocorrido", disse.

A revelação da relação extraconjugal de Bill Clinton com uma estagiária na Casa Branca foi um dos maiores escândalos políticos recentes nos EUA e levou o então presidente americano a ser submetido a um julgamento político que quase provocou sua saída da presidência.

Lewinsky, após alguns anos de depressão, resolveu tirar proveito da publicidade recebida com o lançamento de uma linha de bolsas com seu nome e a aparição em vários programas televisivos.

Em 2005 decidiu sair dos EUA para estudar na prestigiada London School of Economics, na Inglaterra, onde se graduou em psicologia social, e desde então refez a vida afastada dos meios de comunicação.

Para ela, agora "já é hora de deixar de farejar" em seu passado "e no futuro de outras pessoas".

"Estou decidida a ter um final diferente em minha história. Decidi, finalmente, tirar a cabeça do parapeito de modo que possa retomar a narrativa e dar um propósito ao meu passado. (O que isso vai me custar, descobrirei em breve)", ressaltou.

Lewinsky, que após a temporada londrina viveu em Nova York, Los Angeles e Portland (no Oregon), reconheceu ter "permanecido virtualmente reclusa apesar de ter sido inundada com solicitações de entrevistas" e de ter "rejeitado ofertas" que a teriam feito ganhar US$ 10 milhões.

Em 2008, evitou qualquer tipo de comentário ou aparição pública durante as eleições presidenciais em andamento, e a corrida presidencial democrata de Hillary Clinton.

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"Adiei vários projetos em meios de comunicação em 2012 até o final das eleições. E recentemente me encontrei acovardada de novo, 'temerosa de me converter em um tema' caso Hillary Clinton decidisse lançar sua campanha. Mas devo pôr minha vida em suspenso por outros oito ou dez anos?", acrescentou no artigo, cuja versão integral estará nas bancas em 8 de maio.

Como detonante para esta aparição pública, Lewinsky citou o caso do estudante da Universidade Rutgers Tyler Clementi, que se suicidou em 2010 depois de um vídeo seu beijando outro homem caísse na internet.

Por causa dessa história, disse, minha mãe "voltou a reviver 1998".

"Ela estava voltando a viver as semanas em que ficou ao lado da minha cama noite após noite, porque eu, também, tinha tentações suicidas. A vergonha, o deboche e o medo que tinham sido lançados a deixaram com receio que eu tirasse minha vida", apontou em um dos momentos mais duros do relato.

Por isso, pensou, "talvez ao compartilhar minha história seria capaz de ajudar outros nos momentos mais obscuros de sua humilhação. A pergunta se transformou em: como encontro e coloco um propósito em meu passado?.

EFE   
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