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Estados Unidos

Milhares de pessoas exigem aprovação da reforma migratória nos EUA

5 out 2013 - 22h11
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Milhares de pessoas saíram neste sábado pelas ruas das principais cidades dos Estados Unidos para exigir do Congresso a "aprovação imediata" da reforma migratória, atualmente paralisada na Câmara dos Representantes (Deputados) e debilitada no debate público pela paralisação parcial do Governo.

O "Dia Nacional para a Dignidade e o Respeito" reuniu vários ativistas em mais de 60 cidades de 39 estados do país, que exigiram uma reforma integral que legalize 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA.

O movimento, que em muitas cidades não reuniu a quantidade de pessoas esperada, começou bem cedo, como ocorreu em Chicago, onde o governador de Illinois, Pat Quinn, e o prefeito da cidade, Rahm Emanuel, se despediram de duas caravanas que partiram para as cidades de Wheaton e Taylorville para pedir aos legisladores republicanos Peter Roskam e Rodney Davis seu apoio para a reforma.

Nesse mesmo parque, centenas de pessoas se reuniram ao meio-dia com cartazes que reivindicavam a paralisação das deportações.

Ronnie Mejía, cidadão americano nascido na Guatemala, declarou à Agência Efe que se juntou à manifestação porque como pai de família ele sente pena quando 4.000 deportações acontecem diariamente.

Em Los Angeles, centenas de manifestantes participaram com cartazes, apitos e bandeiras na "Marcha das Estrelas", realizada no Hollywood Boulevard, para lembrar ao Governo de Barack Obama seu compromisso de levar adiante novas leis em matéria de imigração.

A mobilização não conseguiu reunir a mesma assistência que a marcha de 2006 realizada contra a política migratória, mas mesmo assim se observou entusiasmo nos cerca de 2.000 participantes.

Muitos deles cumprimentaram que o governador da Califórnia, Jerry Brown, promulgará esta semana a Lei AB 60 que dará licenças de dirigir a imigrantes ilegais.

Em San Diego, cerca de 5.000 pessoas foram ao Parque Balboa para marchar até o prédio do Governo do Condado, em um desfile liderado por Valentín Tachiquín, pai de Valeria Tachiquín, morta há um ano por um agente da Patrulha Fronteiriça.

A marcha contou com o apoio do Conselho do Distrito Escolar de San Diego, que reconheceu assim os efeitos do "sistema defeituoso de imigração" nas famílias de San Diego.

Em Phoenix, Arizona, centenas de pessoas formaram uma onda vermelha para pedir um basta às deportações e à separação de famílias.

"Estamos enviando uma forte mensagem, através de todo o país, para a liderança republicana que já não podemos esperar mais por uma reforma migratória", disse à Efe a diretora da organização Mi Familia Vota, Raquel Terán.

Arizona se tornou o epicentro do debate migratório em 2010 quando aprovou a lei estadual SB 1070, a primeira do país que criminalizou os imigrantes ilegais e outorgou à Polícia a faculdade de deter pessoas pela simples "suspeita" de não ter papéis.

Na Carolina do Norte, um grupo de voluntários das organizações Action NC, Famílias Unidas, Coalizão Latino-Americana e United 4 The Dream promoveram nos bairros hispânicos de Charlotte uma vigília que será realizada esta noite no centro da cidade.

Neste estado, foram realizadas concentrações nas cidades de Greenville, Durham, Asheboro e Wilmington, onde os imigrantes saíram com camisetas brancas e portando bandeiras dos EUA.

Em Nova York, o parque Cadman do Brooklyn foi o ponto de partida de onde centenas de manifestantes, após escutar duas horas de discursos, se dirigiram à ponte do Brooklyn para atravessá-lo até a entrada de Manhattan.

Em Miami, cerca de 200 pessoas percorreram as ruas do bairro da Pequena Havana para "lembrar" aos congressistas que continuam exigindo uma reforma migratória.

Durante a passeata, a porta-voz da União Americana de Liberdades Civis da Flórida, Carolina González, assinalou à Efe que "cada dia que se passa sem que a situação seja solucionada, é um dia a mais em que as famílias estão separadas. São milhares de crianças que ficam sós. Esta não é uma situação que pode ser esquecida".

O projeto de lei, aprovado em junho passado pelo Senado e que dá uma via para a legalização dos imigrantes ilegais perdeu destaque na última semana diante da paralisação parcial do Governo Federal, causado pela falta de acordo entre republicanos e democratas para a aprovação do orçamento fiscal.

A marcha desta sábado, que não registrou nenhum incidente violento, foi o ponto de partida para um dia de concentrações que termina em 8 de outubro.

EFE   
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