Massacre em Columbine dá origem a dois filmes premiados
O massacre em Columbine, que completa dez anos nesta segunda, foi tema central de pelo menos dois filmes de destaque internacional. Tiros em Columbine (Bowling for Columbine, na versão original), de Michael Moore, ganhou o Oscar de melhor documentário de longa-metragem em 2003 e Elefante, de Gus Van Sant, foi o vencedor do festival de Cannes do mesmo ano.
No primeiro, Moore toma como ponto de partida o massacre realizado pelos adolescentes que mataram 13 pessoas e cometeram suicídio para buscar respostas para o alto índice de crimes violentos nos Estados Unidos. O diretor constrói sua narrativa unindo fragmentos de publicidade de armas de fogo, animações satíricas sobre a história americana - feita pelos mesmos autores da série Soth Park - e entrevistas.
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Ao longo do filme, Moore questiona por que países como o Canadá, em que grande parte da população também possui armas, ou a Alemanha e o Japão, que possuem histórico de conflitos violentos, não registram os mesmos índices de homícidios que os Estados Unidos.
Além do Oscar, o documentário gannhou o Cesar de melhor filme estrangeiro, o Independent Spirit Awards de melhor documentário, o prêmio do 55º Festival de Cannes, o Bodil de melhor filme americano e o prêmio de melhor filme eleito por voto popular na Mostra São Paulo de Cinema. Outro filme de Moore que tornou-se bastante conhecido foi Fahrenheit 9/11, de 2004, ganhador da Palma de ouro no Festival de Cannes. O documentário aborda os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, com viés crítico ao governo de George W. Bush.
Em Elefante, Van Sant reconstitui o universo de uma escola de classe média alta americana. Ele detalha o cotidiano de jovens com uma riqueza de detalhes que lhe garante um tom quase documental. O processo culmina com um massacre semelhante ao de Columbine desencadeado por dois jovens. Diferente de Tiros em Columbine, Elefante não procura das explicações para o tiroteio. Van Sant foca seu trabalho no universo adolescente e preocupa-se unicamente em levantar questionamentos.
A inspiração para o título veio de um filme dirigido em 1989 pelo cineasta britânico Alan Clarke, que compila uma série de assassinatos ligados à violência na Irlanda do Norte. As mortes eram tão fáceis de ignorar quanto "um elefante na sala".
