Mãe diz que Assange segue comprometido com publicação de dados
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse à sua mãe que continua comprometido com a divulgação de documentos secretos dos Estados Unidos, apesar da condenação de Washington e de outros países, informou a televisão australiana nesta terça-feira. Assange está preso em uma prisão de Londres.
A TV australiana Network Seven pediu a Christine Assange que fizesse uma pergunta ao filho de 39 anos durante uma visita a ele na prisão: "Valeu a pena?"
"Minhas convicções são firmes. Continuo firme aos ideais que expressei. As circunstâncias não irão abalá-los", disse Assange, segundo sua mãe que entregou a resposta por escrito de seu filho à emissora.
"Esse processo aumentou minha determinação de que as informações são verdadeiras e corretas."
O Wikileaks enfureceu Washington ao publicar telegramas secretos dos EUA e prometeu tornar públicos os 250 mil documentos diplomáticos que afirma possuir.
Assange foi detido na Grã-Bretanha sob acusações de assédio sexual na Suécia.
Ele também criticou as principais empresas financeiras que suspenderam o fornecimento de serviços de pagamentos de doações ao WikiLeaks.
"Sabemos agora que Visa, Mastercard, Paypal e outras são instrumentos da política externa dos EUA. Não é algo que sabíamos antes", disse Assange. "Estou pedindo ao mundo para que proteja meu trabalho e minha equipe desses ataques ilegais e imorais."
Ativistas online lançaram a "Operation Payback" para vingar o WikiLeaks de empresas e entidades que consideram como responsáveis por obstruírem operações do site. Eles tiraram do ar temporariamente páginas das empresas de cartões de crédito Visa e Mastercard, além do site do governo sueco, na semana passada.
Christine Assange afirmou que disse ao seu filho que ele tem apoio mundial. "Eu disse a ele que pessoas do mundo inteiro, de todos os países estavam se manifestando com placas e gritando pela sua libertação e justiça e ele ficou muito encorajado com isso", disse ela. "Como mãe, estou pedindo ao mundo para dar apoio ao meu filho."
Advogados de Assange vão tentar novamente nesta terça-feira conseguir a libertação do fundador do WikiLeaks sob fiança. Assange é acusado de conduta sexual indevida contra duas voluntárias do WikiLeaks durante uma passagem pela Suécia. Assange nega as acusações.
O fundador do WikiLeaks e seus advogados afirmam que temem que promotores dos EUA podem estar tentando indiciá-lo por espionagem depois da publicação dos documentos diplomáticos norte-americanos.
O vazamento WikiLeaks
No dia 28 de novembro, a organização WikiLeaks divulgou mais de 250 mil documentos secretos enviados de embaixadas americanas ao redor do mundo a Washington. A maior parte dos dados trata de assuntos diplomáticos - o que provocou a reação de diversos países e causou constrangimento ao governo dos Estados Unidos. Alguns documentos externam a posição dos EUA sobre líderes mundiais.
Em outros relatórios, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pede que os representantes atuem como espiões. Durante o ano, o WikiLeaks já havia divulgado outros documentos polêmicos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque, mas os dados sobre a diplomacia americana provocaram um escândalo maior. O fundador da organização, o australiano Julian Assange, foi preso no dia 7 de dezembro, em Londres, sob acusação emitida pela Suécia de crimes sexuais.