O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, propôs nesta sexta-feira um diálogo com o líder americano, Barack Obama, e se mostrou disposto a voltar a nomear um embaixador no país, dias após ter expulsado da Venezuela três diplomatas norte-americanos.
"Convoco um diálogo com o senhor presidente Obama. Convoco um diálogo entre a Venezuela patriota e revolucionária e os Estados Unidos e seu governo. Aceite o desafio, vamos iniciar um diálogo e ponhamos a verdade sobre a mesa", disse Maduro em entrevista coletiva no Palácio de Miraflores.
O líder afirmou que Obama está perante a oportunidade de decidir "o que faz" nos anos de governo que lhe restam, ao assinalar que ainda tem tempo de diferenciar-se de seu antecessor, George W. Bush, a quem acusou de tentar derrubar o falecido presidente Hugo Chávez "várias vezes".
"Eu digo isto e alguns dirão 'Maduro é um inocente'. Não, nós sempre pela via do diálogo político buscaremos uma nova situação, uma mudança das relações históricas da elite americana com a América Latina e com a Venezuela", ressaltou.
Maduro disse que seu chamado a um debate com os Estados Unidos atendia as declarações do próprio Obama e de seu secretário de Estado, John Kerry, instando ao diálogo entre o governo e a oposição venezuelana, que estão há mais de uma semana confrontados em protestos nas ruas.
Em entrevista coletiva onde reiterou que os protestos buscam desestabilizar a Venezuela com a anuência de grupos americanos, cumprimentou as declarações formuladas hoje pela secretária de Estado adjunta dos EUA para a América Latina, Roberta Jacobson, que negou ter ameaçado o governo venezuelano com represálias caso mantivesse detido o líder opositor Leopoldo López.
"Saúdo esse desmentido", declarou. "Eu proponho então um grande diálogo, que nomeemos embaixadores, mesmo que não sejam aceitos ainda, para que se sentem a falar", acrescentou, afirmando que está disposto a para nomear para esse cargo o atual embaixador da Venezuela na Organização de Estados da América (OEA), Roy Chaderton.
16 de fevereiro - Governo venezuelano afirma que as manifestações são parte de um "golpe de estado fascista em marcha" e acusa grupos de ultradireita
Foto: Reuters
16 de fevereiro - Quase três mil estudantes protestaram em Caracas no domingo
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16 de fevereiro - Manifestantes de oposição participam de protesto contra o presidente Nicolas Maduro no último domingo, em Caracas
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16 de fevereiro - Manifestante usa máscara com a bandeira da Venezuela durante protesto, em Caracas
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16 de fevereiro - Jovens caminham em meio a gás de efeito moral jogado pela polícia durante protesto contra o governo de Maduro
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16 de fevereiro - Durante quase duas semanas, milhares de estudantes de todo o país têm protestado nas ruas
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14 de fevereiro - Com bandeiras e cartazes contra a violência e contra o governo de Nicolás Maduro, centenas de estudantes se reuniram na Praça Altamira, no leste de Caracas
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14 de fevereiro - Mais de mil estudantes voltaram às ruas de Caracas, nesta sexta-feira, para protestar contra o governo, de maneira pacífica, enquanto setores governistas preparam uma marcha "contra o fascismo" para este sábado
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14 de fevereiro - Protestos têm registrado grande número de feridos
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14 de fevereiro - Polícia foi acionada para conter os manifestantes
Foto: EFE
14 de fevereiro - Há 11 dias, grupos de estudantes e opositores ao governo iniciaram em diferentes cidades passeatas contra a insegurança, a inflação e a escassez de produtos
Foto: EFE
14 de fevereiro - Há 11 dias, grupos de estudantes e opositores ao governo iniciaram em diferentes cidades passeatas contra a insegurança, a inflação e a escassez de produtos
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14 de fevereiro - Parentes, amigos e manifestantes velam o corpo do estudante Juan Montoya, um dos três mortos durante protestos na Venezuela
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18 de fevereiro - O presidente Nicolás Maduro exigiu de seu colega colombiano, Juan Manuel Santos, nesta terça-feira, que pare "de se meter nos assuntos internos" da Venezuela
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18 de fevereiro - Manifestantes permaneceram nas ruas de Caracas até o final da noite
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18 de fevereiro - Venezuelana residente no México segura cartaz em apoio ao líder da oposição, Leopoldo López, que se entregou nesta terça-feira
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18 de fevereiro - Venezuelanos residentes no México protestam contra o governo de Nicolás Maduro
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18 de fevereiro - Menina venezuelana acende velas que pedem "SOS" em protesto no México
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18 de fevereiro - Menino acende velas em apoio aos protestos que acontecem na Venezuela
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18 de fevereiro - "Venezuelanos em Monterrey, nós apoiamos nossos estudantes e irmãos", diz cartaz dos manifestantes venezuelanos que moram no México
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18 de fevereiro - Dezenas se reuniram no México para dar apoio aos protestos que acontecem há dias na Venezuela
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18 de fevereiro - Venezuelana chora em protesto nesta terça-feira
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22 de fevereiro - Mulher toca ombro de policial da Guarda Nacional durante marcha da oposição em San Cristóbal
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22 de fevereiro - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ergue uma flor durante ato em Caracas
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22 de fevereiro - Marcha da oposição em Caracas
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22 de fevereiro - Multidão de manifestantes em novo protesto nas ruas de Caracas contra o governo do presidente Nicolás Maduro
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22 de fevereiro - Henrique Randonski Capriles, um dos líderes opositores, na chegada ao protesto em Caracas
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22 de fevereiro - Marcha opositora em San Cristóbal, capital do Estado ocidental de Táchira
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22 de fevereiro - Manifestante participa de protesto em Caracas com cartaz com a imagem do ex-presidente Hugo Chávez
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23 de fevereiro - Moradora exibe retrato do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez durante passeata de anciãos em apoio ao governo de Nicolás Maduro, em Caracas
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23 de fevereiro - Homem com camiseta de Simón Bolívar, herói da independência latino-americana, canta em apoio a Maduro durante passeata de anciãos em Caracas
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23 de fevereiro - Pedro Pablo Rivero, 81 anos, participa de passeata de anciãos em apoio ao governo de Nicolás Maduro na capital da Venezuela, Caracas
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23 de fevereiro - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acena à multidão ao lado de sua esposa, Cilia Flores, em dia de ato público de apoio ao governo venezuelano
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24 de fevereiro - Manifestantes antigoverno montaram barricadas e começaram incêndios na capital venezuelana nesta segunda-feira
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24 de fevereiro - Motociclistas entram em confronto com estudantes que bloqueiam rua em Caracas
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24 de fevereiro - Motoqueiros pró-Maduro desfilam por avenida da capital, Caracas, durante protesto
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24 de fevereiro - Manifestantes entram em confronto com policiais em Altamira, no leste de Caracas
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24 de fevereiro - Manifestantes improvisam equipamentos de defesa e ataque durante confrontos
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26 de fevereiro - No Palácio Presidencial de Miraflores, Maduro recebeu representantes religiosos, empresários, intelectuais, jornalistas, deputados e governadores do partido governista. Os representantes dos partidos reunidos na oposição decidiram boicotar o encontro, que qualificaram de manobra de distração
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27 de fevereiro - Um manifestante da oposição corre com um escudo improvisado durante confronto com a polícia, em Caracas
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27 de fevereiro - Manifestante faz uma pausa durante confronto com a polícia na Praça Altamira, em Caracas
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27 de fevereiro - Manifestante dispara morteiro durante protesto contra o president da Venezuela, Nicolás Maduro
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08 de março - Manifestantes fogem de gás lacrimogêneo em Caracas
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08 de março - Manifestante lança bomba contra a polícia durante protesto. O governo impediu a realização de uma manifestação durante o Dia Internacional das Mulheres
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10 de março - Manifestantes contrários ao governo de Nicolás Maduro participam de protestos em Caracas
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10 de março - Manifestantes participam de protesto em Caracas
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10 de março - Manifestante anti-governo atira pedras contra a polícia durante um protesto na praça Altamira em Caracas
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10 de março - Polícia Nacional em motocicletas passa em nuvem de gás lacrimogênio durante manifestação anti-governo na Praça Altamira, em Caracas
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10 de março - Policial persegue um manifestante oposiçista ao Governo de Nicolás Maduro, na Praça Altamira, em Caracas. A escalada de violência em protestos contra o presidente já dura um mês
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10 de março - Estudante universitário Daniel Tinoco, de 24 anos, é retirado de um veículo ao chegar ao hospital, depois de ter levado um tiro na testa por homens armados não identificados em uma moto, durante protesto em San Cristobal, Tachira, Venezuela
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20 de março - Polícia joga spray de pimenta em manifestantes que protestaram próximo à Universidade Central de Caracas
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20 de março - Manifestantes e policiais se confrontaram na capital Caracas
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20 de março - Guarda Nacional Bolivariana tenta conter manifestantes na capital Caracas
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20 de março - Policiais atiram balas de efeito moral e gás contra pessoas que participam de protesto contra o governo
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20 de março - Manifestante enfrenta soldados da Guarda Nacional Bolivariana durante protesto
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20 de março - Policial é tomado por chamas durante protesto contra o governo de Nicolás Maduro
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20 de março - Pessoas encapuzadas enfrentam as forças do governo
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17 de março - Membros da polícia se protegem da ação dos manifestantes nos arredores de Caracas
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17 de março - Manifestante caminha próximo a ônibus incendiado, na capital Caracas
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1 de abril - agente da Polícia Nacional Bolivariana dispara gás lacrimogêneo contra manifestantes que protestam contra o governo de Maduro, em Caracas
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1 de abril - manifestantes se protegem de gás lacrimogêneo lançado pela Polícia Nacional Bolivariana durante protesto na capital Caracas
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1 de abril - manifestante é detido pelas forças de segurança do governo durante protesto
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2 de abril grupo de manifestantes opositores do governo do presidente Nicolas Maduro incendeiam ônibus em Caracas
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1 de abril - manifestantes enfrentam policiais da Guarda Nacional Bolivariana em Chacao
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1 de abril - membros da Guarda Nacional detêm manifestante em Caracas. A Igreja Católica acusou o presidente Nicolas Maduro de tentar implantar um regime totalitário no país
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1 de abril - funcionários do governo deixam escritório após manifestantes colocarem fogo no edifício
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1 de abril - líder da oposição Maria Corina Machado é barrada pela polícia após ela tentar entrar non Parlamento Venezuelano em Caracas
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29 de março - Manifestantes se enfrentam com agentes das forças do governo no distrito de Chacao
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26 de março Policiais prendem manifestante na capital Caracas
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3 de abril - estudante é agredido e despido por partidários do governo de Nicolás Maduro, durante manifestação na Universidade Central da Venezuela, em Caracas
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3 de abril manifestantes lançam pedras contra a Polícia Nacional Bolivariana durante enfrentamentos na Universidade Central da Venezuela, em Caracas
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3 de abril - estudante é atacado por partidários do governo de Nicolás Maduro na Universidade Central da Venezuela
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3 de abril - policial à paisana é socorrido por colegas depois de ser atingido por fogos de artifício lançados por estudantes da Universidade Central da Venezuela
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6 de abril - manifestantes e policiais entram confronto em Caracas
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6 de abril - membros da Guarda Nacional disparam bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes, em protestos na capital, Caracas
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4 de abril - manifestantes contrários ao governo usam estilingue para atirar pedras contra membros das forças de segurança, em Caracas
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17 de abril - manifestante anti-governo lança um coquetel molotov contra policiais durante os distúrbios com a polícia em Caracas
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17 de abril - policiais se protegem contra foguetes lançados por manifestantes anti-governo durante os distúrbios com a polícia em Caracas; protestos no país já deixaram pelo menos 40 mortos
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17 de abril - Polícia se protege de foguetes lançados por manifestantes anti-governo durante os distúrbios com a polícia em Caracas. Estudantes venezuelanos estão marchando com os pés descalços, trabalhando na construção de crucifixos e planejando queimar efígies do presidente Nicolas Maduro para tentar insuflar movimento de protesto durante a Páscoa
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17 de abril - manifestante anti-governo lança um objeto com gás, antes arremessado pela polícia contra estudantes, durante um protesto contra o governo do presidente Nicolas Maduro, em Caracas
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17 de abril - manifestante anti-governo se afasta de gás lacrimogêneo usado pela polícia durante distúrbios com a polícia em Caracas
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17 de abril - manifestante anti-governo toma cobertura atrás de um escudo rudimentar durante um protesto contra o governo do presidente Nicolas Maduro, em Caracas
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17 de abril - manifestantes anti-governo lançam fogos de artifício contra a polícia durante um protesto contra o governo do presidente Nicolas Maduro, em Caracas
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CNN
Maduro insistiu com suas críticas à emissora CNN en Español, pediu "equilíbrio" e que o canal retifique sua cobertura para seguir presente na programação das operadoras de televisão a cabo do país. "Eu sei que o país me acompanha nesta investigação administrativa que abri, confio na retificação da CNN", disse em entrevista coletiva.
Maduro acusou a CNN na última quarta-feira de "propaganda de guerra" contra seu país e disse que começou o procedimento administrativo para expulsar o canal do país se este não se retratar. Nesta sexta-feira, insistiu com seus questionamentos ao afirmar que "toda a programação" do canal americano o fez lembrar-se da televisão venezuelana durante o fracassado golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez em 2002.
Ao mesmo tempo, afirmou que o canal sempre operou com liberdade no país e que poderia continuar assim, "mas com equilíbrio" e respeitando as leis venezuelanas. "Aquele que não respeitar as leis da Venezuela e nosso direito à paz não poderá estar na grade das operadoras de TV a cabo", declarou.
Para o líder venezuelano, a CNN está convocando o país para uma "guerra civil e estão mentindo ao mundo sobre o que está acontecendo na Venezuela". Maduro pediu desculpas a outra equipe da CNN, a Internacional, que denunciou que foram vítimas de um assalto em Caracas e garantiu que o caso será investigado para descobrir os culpados.
Suas declarações foram divulgadas ao final de um dia em que a rede CNN informou que o governo da Venezuela comunicou ontem a sua correspondente em Caracas, Osmary Hernández, que sua licença de trabalho "como correspondente credenciada" havia sido revogada, uma medida que também afeta a apresentadora Patricia Janiot.
A CNN disse não ter recebido notificação oficial do órgão regulador venezuelano sobre o procedimento contra a emissora e garantiu que, desde que começaram os protestos populares, "reportou os dois lados da tensa situação que vive a Venezuela, mesmo com acesso muito limitado aos funcionários do governo".
O canal americano não é a primeira rede de televisão a sofrer pressões de Maduro. No dia 12 de fevereiro, o governo venezuelano retirou da grade da TV a cabo do país o canal informativo colombiano NTN24, e o acusou de criar "agitação" com sua cobertura dos protestos no país.