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Estados Unidos

Líbia: EUA estão dispostos a oferecer ajuda a opositores, diz Hillary

27 fev 2011 - 13h25
(atualizado às 17h19)
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Os Estados Unidos estão dispostos a oferecer "qualquer tipo de ajuda" aos opositores do regime líbio de Muammar Kadafi, declarou neste domingo a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

"Estamos dispostos a oferecer qualquer tipo de ajuda a quem precisar", declarou a chefe da diplomacia americana a jornalistas a bordo do avião que a levará a Genebra para participar na próxima segunda-feira de uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU para tratar da Líbia.

A Secretária de Estado dos Estados Unidos disse que seu país está tentando se aproximar de grupos de oposição da Líbia que tentam derrubar o líder Muammar Kadafi.

Hillary se reunirá em Genebra com aliados europeus e diplomatas de países árabes e africanos, na esperança de chegar a acordo sobre uma postura comum em relação à rebelião que ameaça dar fim ao governo de 41 anos de Kadafi.

A viagem ocorre um dia depois de o Conselho de Segurança da ONU ter imposto, por unanimidade, a proibição de viagens de Kadafi e sua família, bem como o congelamento de seus bens.

"Estamos nos aproximando de muitos libaneses diferentes no leste do país, no momento em que a revolução caminha para o oeste", disse Hillary, referindo-se a grupos de oposição. "É cedo demais para prever resultados."

Um porta-voz para o novo Conselho Nacional da Líbia, que se formou no leste da cidade de Benghazi, depois de ter sido tomada por forças anti-Kadafi, disse que seu grupo não queria a intervenção estrangeira.

Com os adversários de Kadafi obtendo vitórias perto da capital, Trípoli, Hillary disse que a resolução da ONU era uma mensagem para Gaddafi e seu círculo de que "serão responsabilizados pelas ações que estão sendo tomadas e que foram tomadas no passado contra o povo líbio".

Hillary disse que os EUA não estão negociando com Kadafi. "Queremos que ele saia, que dê um fim a seu regime e detenha os mercenários e soldados que permaneceram leais a ele", disse ela. "Como ele vai conseguir isso depende só dele."

Autoridades dos EUA dizem que a viagem de Hillary a Genebra é destinada a coordenar a resposta internacional à crise da Líbia. Washington insiste que o mundo deve "falar em uma só voz" em conter a violência e levar Kadafi à Justiça.

A resolução aprovada pelo conselho de 15 nações da ONU também pediu o encaminhamento imediato da repressão violenta para o Tribunal Criminal Internacional em Haia, para investigação e eventual ação judicial pelos responsáveis pela morte de civis.

O governo norte-americano do presidente Barack Obama vem sendo criticado por grupos de direitos humanos e outros por não assumir uma postura mais rápida quanto à Líbia, o último país atingido pela turbulência e protestos antigovernamentais em todo o Oriente Médio e Norte da África.

Mas funcionários da Casa Branca disseram que os temores pela segurança dos norte-americanos no país haviam detido a resposta de Washington à crise.

Washington anunciou uma série de sanções contra a Líbia na sexta-feira, depois de um barco fretado e um avião que transportava norte-americanos e outros refugiados deixaram a Líbia.

Washington está estudando medidas que incluem sanções e uma zona de proibição de voo, para tentar deter a repressão de Gaddafi contra os protestos antigovernamentais. Diplomatas estimam que a repressão já matou cerca de 2 mil pessoas em duas semanas de violência.

Enquanto os governos ocidentais estão tentando aumentar a pressão, não se sabe quanto tempo Kadafi, com alguns milhares de correligionários, poderá resistir às forças rebeldes, composta por homens armados jovem e soldados amotinados.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

Com informações das agências internacionais.

Fonte: Terra
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