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Estados Unidos

Justiça americana estuda como processar Julian Assange

19 dez 2010 - 14h36
(atualizado às 15h10)
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está explorando as vias legais para processar Julian Assange, afirmou neste domingo o vice-presidente americano, Joe Biden, que considera o fundador do WikiLeaks um "terrorista de alta tecnologia".

Julian Assange teme extradição para os EUA:

"Estamos estudando isto. O Departamento da Justiça está trabalhando sobre a questão", afirmou Biden em uma entrevista ao canal NBC, que será exibida neste domingo.

"Se ele conspirou com um militar dos Estados Unidos para obter estes documentos secretos, isto é fundamentalmente diferente de se alguém deixa documentos para você, vamos dizer 'você é um jornalista, aqui está material confidencial'", disse.

A lei de espionagem, de 1917, não contempla este tipo de caso, já que é preciso demonstrar que o site WikiLeaks, que divulgou milhares de telegramas diplomáticos secretos dos Estados Unidos, não é um meio de comunicação tradicional.

Os promotores americanos trabalham ainda sobre outra base jurídica: eles esperam conseguir reunir provas de que o fundador do WikiLeaks estimulou ou ajudou o soldado Bradley Manning, suspeito de ter passado os documentos ao site.

Acusar Assange de conspiração para atentar contra a segurança nacional permitiria ao governo americano obter a prisão do australiano sem afetar a liberdade de expressão dos meios de comunicação garantida na Constituição. "Este homem fez coisas que nos prejudicaram, colocou em perigo a vida e a profissão de certas pessoas no mundo. Complicou as relações com nossos aliados e amigos", explicou Biden.

O vazamento WikiLeaks
No dia 28 de novembro, a organização WikiLeaks divulgou mais de 250 mil documentos secretos enviados de embaixadas americanas ao redor do mundo a Washington. A maior parte dos dados trata de assuntos diplomáticos - o que provocou a reação de diversos países e causou constrangimento ao governo dos Estados Unidos. Alguns documentos externam a posição dos EUA sobre líderes mundiais.

Em outros relatórios, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pede que os representantes atuem como espiões. Durante o ano, o WikiLeaks já havia divulgado outros documentos polêmicos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque, mas os dados sobre a diplomacia americana provocaram um escândalo maior. O fundador da organização, o australiano Julian Assange, foi preso no dia 7 de dezembro, em Londres, sob acusação emitida pela Suécia de crimes sexuais, e solto no dia 16. Agora, Assange espera em liberdade condicional por uma nova audiência de extradição.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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