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Estados Unidos

Jornalistas pedem apoio ao Conselho de Segurança da ONU

Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) estima que 28 profissionais morreram este ano

17 jul 2013 - 15h52
(atualizado às 15h59)
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Jornalistas de vários países aproveitaram nesta quarta-feira uma rara oportunidade para pedir ao Conselho de Segurança da ONU medidas para combater os assassinatos de profissionais da categoria no mundo.

O correspondente da AFP na Somália, Mustafa Haji Abdinur, declarou aos 15 embaixadores do Conselho que é um "homem morto caminhando" pelos perigos que enfrenta cobrindo o conflito em seu país, durante um debate sobre a comunicação.

"Quando um jornalista morre, a notícia morre com ele", disse Abdinur, que pediu ajuda para reconstruir o sistema judiciário na Somália e clamou por justiça aos quase 1 mil jornalistas assassinados no mundo desde 1992.

Há menos de uma semana, o repórter libanês Abdulahi Farah, da emissora Kalsan, foi o último profissional a ser morto na Somália. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova York, estima que 28 profissionais morreram este ano.

"Como muitos outros em minha profissão, nas ruas de Mogadiscio me chamam de 'homem morto caminhando'. Hoje estou aqui simplesmente porque tenho sorte (...) porque aqueles que mataram meus colegas não me encontraram" disse Abdinur, que recebeu o prêmio internacional pela liberdade de imprensa da Corte Internacional de Justiça em 2009.

O secretário-geral adjunto da ONU, Jan Eliasson, declarou ao Conselho que os jornalistas são "o sangue vital" da democracia. Eliasson ressaltou que mais de 40 jornalistas e blogueiros foram assassinados na Síria no ano passado e mais de 100 no Afeganistão desde 2006.

Também participaram do encontro Richard Engel, correspondente da rede americana NBC, Ghaith Abdul Ahad, correspondente do britânico The Guardian no Iraque e Kathleen Carroll da agência Associated Press.

Trata-se do primeiro debate sobre o jornalismo no Conselho. O debate foi organizado pelos Estados Unidos, que preside o Conselho durante o mês de julho. Vários embaixadores ocidentais destacaram os direitos dos jornalistas.

"Todos sabemos que a primeira reação dos inimigos da liberdade é amordaçar a imprensa", declarou o representante da França, que recordou o caso de dois jornalistas franceses sequestrados na Síria.

"Em países onde não existe justiça para estes crimes, há evidências de que a violência sistemática contra a imprensa tem aumentado ano após ano", indicou o embaixador britânico Mark Lyall Grant.

Vitali Churkin, representante de Moscou na ONU, ressaltou por sua vez que o jornalismo se tornou "uma das profissões mais perigosas", mas advertiu que não se devem tomar riscos injustificáveis. "A busca excessiva de um scoop em detrimento do sentido comum em um conflito armado pode ser muito perigoso", acrescentou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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