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Itamaraty convoca embaixador do Canadá e expressa "indignação" por espionagem

7 out 2013 - 14h21
(atualizado às 15h29)
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O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, convocou nesta segunda-feira o embaixador do Canadá no país, Jamal Khokhar, a quem transmitiu a "indignação" de seu governo pela espionagem a empresas e instituições brasileiras, sobre o qual exigiu amplas "explicações".

Segundo uma nota oficial divulgada pela Chancelaria, durante o encontro Figueiredo "manifestou ao embaixador canadense o repúdio do governo brasileiro frente a essa grave a inaceitável violação da soberania nacional e os direitos de pessoas e empresas".

A denúncia surgiu em novos documentos que foram divulgados pelo ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden, refugiado na Rússia, e divulgados ontem pela "TV Globo".

Segundo a reportagem, a NSA colaborou com o Centro de Segurança das Telecomunicações do Canadá para obter dados das ligações telefônicas e do fluxo de e-mails do Ministério de Minas e Energia do Brasil.

A convocação do embaixador canadense foi ordenada pela presidente Dilma Rousseff, que postou hoje no Twitter que "tudo indica" que os governos dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, além de "milhares de empresas" desses cinco países, têm "amplo acesso" aos dados espionados no Brasil.

"É urgente que os Estados Unidos e seus aliados fechem suas ações de espionagem de uma vez por todas", afirmou Dilma, quem sustentou que as novas denúncias "confirmam" que a espionagem obedece a "razões econômicas e estratégicas".

Segundo Dilma, há indícios de "interesses canadenses na área de mineração" no Brasil, o que agrava a situação.

"A espionagem atenta contra a soberania das nações e a privacidade das pessoas e das empresas", afirmou a governante, que também disse ter determinado que o Ministério de Minas e Energia realize uma "rigorosa avaliação e reforço" da segurança de suas redes.

"Repudiamos a guerra cibernética", acrescentou Dilma, que no mês passado denunciou a espionagem americana na Assembleia Geral da ONU, diante da qual definiu essas práticas como uma "violação" da soberania de seu país, "uma afronta" e "uma falta de respeito" que não pode se justificar na luta contra o terrorismo.

Devido à suspeita de espionagem e por entender que o governo de Barack Obama não deu explicações satisfatórias, a presidente decidiu adiar a visita de Estado que faria a Washington no dia 23.

EFE   
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