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Estados Unidos

Homossexuais e pregadores religiosos protestam em frente à Suprema Corte

28 abr 2015 - 14h36
(atualizado às 14h36)
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Pregadores religiosos e gays divergiram opiniões nesta terça-feira em uma grande manifestação em frente à Suprema Corte dos Estados Unidos, que escuta argumentos a favor e contra a legalização do casamento homossexual em todo o país em meio às proibições dos estados mais conservadores.

Cartazes, gritos, desfiles de travestis, alertas sobre a ira de Deus e missas gays dividiram a multidão, mostrando a diferença de opiniões que o tema desperta na sociedade americana.

"A homossexualidade não deve se estruturar nos Estados Unidos e este país deve obedecer a Bíblia e honrar Deus", gritou com um megafone o irmão Terry em frente ao órgão, cercado por cartazes com as mensagens de "Parem o ódio contra as leis de Deus" e "Querem mudança, mas não com Obama, mas com Jesus".

"Se deixarmos que a homossexualidade se transforme em uma coisa normal, nossa espécie não sobreviverá. A homossexualidade não é natural, não pode proporcionar crianças", continuou o pregador, enquanto uma menina se colocava em frente a ele com um cartaz colorido com os dizeres "Deus é amor" e outra mostrava a mensagem "Seu argumento é ilógico".

Essas imagens representam os polos opostos de uma sociedade cada vez mais propícia ao casamento homossexual, como mostram as enquetes, mas que ainda tem ressalvas sobre a legalidade de uniões que já são realidade em 36 estados e no Distrito de Columbia.

Dez membros da Igreja Batista Pullen Memorial, famosa por sua luta social pela igualdade de direitos dos negros e homossexuais, saíram da Carolina do Norte, um dos estados que reconheceu as uniões entre pessoas do mesmo sexo em 2014, e chegaram a Washington nesta terça-feira.

"Deus ama todos por igual e Deus nos abençoa independentemente de quem amamos ou que tipo de amor preferimos. Algumas pessoas leem a Bíblia de uma forma diferente e é seu direito, mas acho que no final perceberão que o amor de Deus não tem limites e inclui todos", disse à Agência Efe a reverenda Nancy Petty.

Os membros dessa igreja abriram caminho pela multidão para celebrar um casamento em frente ao alto tribunal, no qual os noivos eram dois homens. Um deles vestia um vestido branco e um véu com flores rosas.

Ao lado, dezenas de manifestantes erguiam uma bandeira do arco-íris enquanto mostravam cartazes de apoio ao casamento gay e pediam igualdade de direitos.

"Acreditamos que o amor não pode esperar. Queremos que a Suprema Corte enxergue o lema 'Igualdade de Justiça sob a Lei'", disse Jason Rahlan, diretor de comunicações da Human Rights Campaign, associação que representa 1,5 milhão de homossexuais do país.

Com uma bandeira de igualdade, Rahlan afirmou que a maioria dos grupos civis a favor do casamento homossexual estão "cheios de esperança" e esperam que "o casamento para todos" seja uma realidade em breve.

No entanto, isso ainda não ocorrerá até o fim de junho, quando o alto tribunal comunicará sua decisão sobre se as leis estaduais que proíbem casamentos entre pessoas do mesmo sexo são ou não inconstitucionais.

A decisão depende da audiência desta terça-feira, na qual os nove juízes da Suprema Corte escutarão argumentos a favor e contra as uniões com base em quatro casos dos estados de Kentucky, Michigan, Ohio e Tennessee.

EFE   
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