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Estados Unidos

Hillary lança campanha certa de que será presidente mulher mais jovem dos EUA

13 jun 2015 - 20h12
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Em seu primeiro grande discurso de campanha, a pré-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton, de 67, descartou em uma única frase, neste sábado, as questões sobre sua idade, destacando que será a primeira mulher presidente mais jovem do país.

O cenário do lançamento de sua campanha foi a Roosevelt Island, com os arranha-céus de Manhattan como pano de fundo. Milhares de simpatizantes receberam com euforia a ex-secretária de Estado, seu marido e ex-presidente dos EUA, Bill, e a filha do casal, Chelsea.

O discurso era muito esperado, já que desde abril a candidata se limitou a participar de mesas-redondas e de encontros com eleitores. Hoje, a ex-senadora pelo estado de Nova York precisava deixar claro por quais caminhos pretende levar os Estados Unidos.

"Talvez não seja a mais jovem entre os candidatos a esta eleição", ironizou ela. "Mas serei a mulher presidente mais jovem da história dos Estados Unidos... E a primeira avó!", completou.

Hillary se apresentou como a defensora da classe média e prometeu uma série de reformas econômicas, sociais e políticas.

"Sou candidata para que a economia esteja a serviço de vocês e de todos os americanos", enfatizou.

"A prosperidade não pode ser apenas para os dirigentes de empresas, ou chefes de fundos de investimento. A democracia não pode estar apenas a serviço dos multimilionários", insistiu, multiplicando suas críticas a Wall Street.

A escolha da ilha Franklin Roosevelt - presidente democrata durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, além de pai do New Deal - é bastante simbólica. Hillary é uma grande admiradora da mulher do ex-presidente, Eleanor.

Além da ex-primeira-dama, a pré-candidata também citou dois presidentes em seu discurso: o marido, Bill, que estava ao lado da filha, Chelsea, e Barack Obama.

"Estarei a serviço de cada americano", prometeu, citando, expressamente, operários, enfermeiras, caminhoneiros, agricultores e militares reformados.

Após destacar o grande número de candidatos às primárias republicanas, comentou que "todos eles entoam o mesmo refrão", ao prometerem "uma redução nos impostos dos mais ricos e menos regulações às empresas, sem levar em conta que isso agravará as desigualdades".

Hillary também reiterou seu compromisso com a defesa dos direitos dos homossexuais, com a regularização em massa dos imigrantes em situação ilegal nos EUA e com a realização de uma reforma do sistema de financiamento dos partidos.

Ela dedicou a essência de seu discurso às mulheres e às crianças, ao denunciar a diferença que existe entre os salários de homens e mulheres e ao defender a generalização do ensino pré-escolar.

Ela anunciou que apresentará uma série de propostas nas próximas semanas, mas deu algumas pistas de sua plataforma: reforma fiscal para estimular as empresas a investir nos Estados Unidos, ajudar os empreendedores, aumentar o orçamento para a pesquisa e converter os Estados Unidos na "superpotência das energias limpas no século XXI".

Há anos, Hillary expressa sua admiração pela mãe, Dorothy. Abandonada pelos próprios pais, Dorothy foi deixada com a avó, que a maltratava e, aos 14 anos, acabou trabalhando como empregada no período da Grande Depressão. Ela faleceu em 2011.

"Lamento que ela não tenha conhecido (...) um país, no qual um pai pode dizer para sua filha: 'sim, você pode ser o que você quiser, até mesmo presidente dos Estados Unidos'", declarou em seu discurso.

Hillary deve ir no sábado a Iowa, o pequeno estado onde acontecem as primeiras primárias.

Grande favorita às primárias do Partido Democrata, a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado americano privilegiou, desde o anúncio de sua pré-candidatura, em 12 de abril, as pequenas reuniões, em particular nos estados de Iowa (centro) e New Hampshire (nordeste).

Segundo uma pesquisa da Universidade Quinnipiac, publicada no final de maio, Hillary teria 57% dos votos de eleitores democratas, muito à frente do senador de Vermont Bernie Sanders (15%) e mais ainda do vice-presidente Joe Biden (9%). Este último (ainda) não lançou sua pré-candidatura.

De acordo com a enquete, somente os republicanos Rand Paul e Marco Rubio representariam uma ameaça para Clinton.

Embora nenhum dos adversários seja tão conhecido pelos eleitores quanto Hillary, seu problema de imagem persiste.

Os americanos que acham que "não é honesta ou confiável" passaram de 49% para 57% entre março e junho, segundo pesquisa da CNN, depois das revelações de que usou um e-mail particular quando chefiou o Departamento de Estado (2009-2013) e após a publicação de vários artigos sobre possíveis conflitos de interesse em relação aos doadores da fundação beneficente Bill Clinton.

Sua imagem é melhor entre os mais jovens, que não conhecem direito os antecedentes dos Clinton nos anos 1990. Entre eles, estão Dylan Hayes, de 19, e a amiga Cristina Greenfield, de 18, que chegaram cedo neste sábado à "Ilha Clinton". Ambos votarão pela primeira vez em novembro de 2016.

Agora, o objetivo da equipe de campanha é reduzir a brecha entre a imagem pública da pré-candidata e a que os amigos dizem ter dela: uma pessoa vibrante e divertida.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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