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Estados Unidos

Hillary Clinton anuncia candidatura à presidência dos EUA

12 abr 2015 - 21h39
(atualizado às 21h39)
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"Sou candidata à presidência", anunciou neste domingo a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado Hillary Clinton, que tentará, pela segunda vez, ser a primeira mulher presidente dos Estados Unidos.

Sete anos depois de sua derrota para Barack Obama nas primárias do Partido Democrata, Hillary Clinton se lança à arena eleitoral como a franca favorita para uma dura batalha de 16 meses.

O anúncio foi feito através de um vídeo divulgado no site hillaryclinton.com.

Com 67 anos de idade, Hillary é por ora a única pré-candidata presidencial democrata, e domina as pesquisas dentro de seu partido.

"Os americanos precisam de um defensor. Eu quero ser esse defensor", afirmou Hillary em seu primeiro vídeo de campanha. "Eu me lanço à arena para ganhar o voto de vocês".

Por enquanto a única aspirante à indicação democrata e com cerca de 60% das preferências entre os democratas, segundo consultas prévias, passará as próximas seis a oito semanas "falando diretamente com os eleitores", indicou sua equipe de campanha em um comunicado.

Na terça-feira, ela irá a Iowa para pequenos encontros "sobre ccomo fazer funcionar a economia para que os americanos e suas famílias possam avançar".

Mas seu primeiro discurso público está previsto para maio, no mesmo estado, um local que serve de prova para o resto da campanha eleitoral, por ser ali que começam as primárias. A eleição presidencial acontecerá em novembro.

A primeira autoridade estrangeira a dar seu apoio à candidatura de Hillary foi o primeiro-ministro francês Manuel Valls.

Cerca de uma hora depois do anúncio, ele postou a mensagem "Good Luck @HillaryClinton" em seu Twitter.

A campanha de Hillary foi organizada durante meses e no sábado seu antigo adversário, o presidente Barack Obama, declarou a ela seu apoio político.

"Ela foi uma candidata formidável em 2008. Seu apoio à minha candidatura foi muito importante na eleição geral. Foi uma excelente secretária de Estado. É minha amiga. Acho que seria uma excelente presidente", disse Obama no apagar das luzes da Cúpula das Américas, no Panamá.

"Hillary Clinton daria uma excelente presidente dos Estados Unidos", enfatizou falando aos jornalistas.

Seu sucessor à frente do departamento de Estado, John Kerry, também prestou homenagem a ela ao destacar o "trabalho formidável para reconstruir laços destroçados nos anos anteriores", declarou à ABC.

Mas alguns especialistas alertam que ela terá que ver o quanto se alinha ao governo, cuja aprovação se mantém abaixo dos 50% nos últimos dois anos.

A ex-secretária de Estado terá que enfrentar perguntas incômodas sobre os escândalos que afetaram o casal Clinton no passado, ou sobre as volumosas doações recebidas pela Fundação Bill, Hillary e Chelsea Clinton, criada em 2001 pelo ex-presidente (1993-2001).

Hillary parece ter se antecipado às críticas e neste domingo renunciou ao conselho administrativo da fundação, indicando que quer se dedicar à sua "nova e absorvente aventura".

O lançamento de sua candidatura às primárias democratas destará uma avalanche de doações por parte de uma ampla rede de apoio. Sua equipe organizou cada passo durante meses, contratando especialistas para cada segmento e setor da campanha.

No sábado, o núcleo central da campanha se reuniu em um escritório no Brooklyn, Nova York, onde Robby Mook, o chefe da equipe, entregou um memorando a cada líder do grupo pedindo muita união nos próximos meses.

De acordo com o site especializado Politico, o memorando assinala: "Somos uma família diversificada e talentosa, e cuidamos uns dos outros", em uma mensagem que parece querer evitar as constante guerras internas que minaram a equipe de campanha de Hillary em 2008.

O objetivo central da campanha, afirma o documento, é "dar a cada família, cada pequeno negociante e cada americano um caminho para a prosperidade duradoura, elegendo Hillary Clinton como a próxima presidente dos Estados Unidos".

O início de sua campanha será seguido por viagens a Iowa e New Hampshire, estados onde começam as primárias que definem os candidatos dos dois principais partidos.

Hillary já tem equipes organizadas no Iowa, um terreno que serve de teste para o resto da campanha eleitoral.

O professor Steffen Schmidt, da Universidade do Iowa, disse à AFP que Hillary deveria "pegar um ônibus e percorrer os 99 condados do Iowa e conhecer as pessoas nas lanchonetes".

A esposa do ex-presidente Bill Clinton lidera as pesquisas entre os democratas, e aparentemente 60% dos eleitores registrados nesse partido já anunciaram que estão dispostos a votar nela nas primárias.

Hillary se torna, assim, a terceira figura política - e a mais importante - a anunciar suas aspirações presidenciais.

Os senadores republicanos Ted Cruz e Rand Paul também anunciaram suas candidaturas nas últimas semanas.

O senador republicano Marco Rubio deve anunciar sua candidatura nesta segunda-feira e o ex-governador da Flórida Jeb Bush está avaliando a possibilidade.

O anúncio também provocou uma série de ataques por parte do opositor Partido Republicano.

"Clinton deixou um rastro de segredos, escândalos e políticas fracassadas que não pode ser eliminado da cabeça dos eleitores", acusou o Comitê Nacional Republicano.

"Nosso próximo presidente deve representar um patamar mais elevado, e Hillary Clinton não representa isso", afirmou o titular do comitê Reince Priebus em um comunicado.

"Devemos melhorar a política externa de Obama e Clinton, que enfraqueceu as relações com nossos aliados e fortaleceu os nossos inimigos", afirmou.

"Há uma espécie de história com os Clinton (...) que acham que estão acima da lei", atacou, por sua vez, o senador ultraconservador Rand Paul.

Em mensagem postada em seu site, Paul afirmou que Hillary "é inadequada para ser presidente".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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