PUBLICIDADE

Estados Unidos

Hillary assume responsabilidade pelo atentado ao consulado dos EUA na Líbia

22 out 2015 - 21h18
Compartilhar
Exibir comentários

A ex-secretária de Estado e pré-candidata presidencial democrata Hillary Clinton assumiu nesta quinta-feira sua responsabilidade pelo ataque contra o consulado americano em Benghazi (Líbia) em 2012 e garantiu que fez o que pôde para enfrentar a situação.

Em uma sessão ainda em andamento no comitê da Câmara dos Representantes que investiga as mortes do embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, e outros três funcionários, ela afirmou que, considerando as informações disponíveis no momento, a reação do governo americano foi a melhor possível.

"Não tenho qualquer dúvida de que fizemos o melhor possível, levando em conta a informação que tínhamos à época", afirmou Hillary, que era a chefe da diplomacia americana na época do ataque, no comitê especial de congressistas, convocado para analisar o atentado contra o consulado dos EUA na Líbia.

Hillary foi alvo de duras perguntas por parte dos legisladores republicanos, que acusam a administração Obama de não contar toda a verdade sobre o que ocorreu.

A polêmica sobre o atentado se somou nos últimos meses outra: o uso que a ex-secretária de Estado fez de sua conta pessoal de e-mail para assuntos de segurança, tema sobre o qual também foi questionada hoje ao longo da sessão, que já dura mais de seis horas.

Depois de serem revisados pelo Departamento de Estado para não incorrer na publicação de informação sigilosa, uma grande parte das mais de 55 mil páginas de e-mails de Hillary já está disponível. Os republicanos membros do comitê questionaram Hillary pela ausência dos e-mails em seus arquivos relativos a um ataque prévio ocorrido na Líbia em abril de 2012, e criticaram a ex-secretária pela falta de interesse pelas crescentes tensões no país do norte da África.

A pré-candidata democrata explicou que "a maior parte" de seu trabalho como chefe da diplomacia americana não era realizado através de e-mails, mas por meio de reuniões pessoais ou ligações telefônicas.

Os republicanos fizeram duras acusações à ex-secretária de Estado, que se apoiou nas investigações que ocorreram nos últimos três anos para afirmar que sua gestão não foi irregular. Emocionada em certos momentos da audiência, a também ex-primeira-dama afirmou aos congressistas "ter perdido mais horas de sono" por causa do ocorrido do que todos os políticos presentes juntos.

"Eu pensei mais sobre isto do que todos os senhores e as senhoras juntos", reiterou.

Hillary, que manteve a calma apesar dos reiterados ataques, foi fortemente questionada pelo congressista Jim Jordan, que a acusou de esconder intencionalmente informações da população.

Após o ataque, as primeiras informações divulgadas pelo governo dos EUA faziam referência a protestos espontâneos provocados pela publicação de um vídeo anti-islâmico, mas o Executivo se desdisse posteriormente.

"A senhora sabia a verdade e isso não é o que chegou ao povo americano. Não há provas de um protesto espontâneo e a senhora escolheu o vídeo. Onde se originou? Se originou com vocês", alegou Jordan.

Ela respondeu que o governo americano tinha razões para acreditar que o vídeo tinha provocado os protestos, já que algo parecido tinha acontecido dias antes nas ruas do Egito. No entanto, negou ter criado uma explicação falsa de propósito.

"Sinto que isto não coincide com sua narrativa, congressista. Posso dizer apenas quais foram os fatos", se defendeu.

Muitos consideram que a insistência republicana em abordar este assunto tem interesses eleitorais como motivação interesses eleitorais. Em vez de esclarecer os fatos, eles pretendem prejudicar a candidatura presidencial de Hillary.

"O propósito deste comitê é processá-la. Trata-se de uma acusação judicial em ano eleitoral. Já estamos cinco horas nisto e não soubemos nada novo sobre o que aconteceu em Benghazi", disse o congressista democrata Adam Smith em defesa de Hillary.

A audiência de hoje é a mais esperada pelos republicanos, apesar de diversos comitês do Congresso americano terem feito investigações sobre Benghazi que concluíram que a versão de Hillary é verdadeira.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade