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Estados Unidos

Guantánamo: presos em greve de fome são isolados em celas

Segundo o Pentágono, 43 presos estão em greve de fome; advogados falam em maioria dos 130 presos de setor

14 abr 2013 - 12h55
(atualizado às 14h38)
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Os detentos da prisão de Guantánamo, dezenas dos quais estão em greve de fome, foram separados em celas individuais, depois de uma revolta no sábado que levou as autoridades a disparar balas não-letais, indicaram oficiais militares.

"O comandante ordenou a transferência dos detentos de celas comuns para individuais no campo 6 para garantir a saúde e segurança dos detentos", indicou o porta-voz da prisão, Robert Durand, em um comunicado. "Esta ação foi tomada em resposta aos esforços dos detentos de limitar a capacidade dos guardas de observá-los cobrindo as câmeras de vigilância, janelas e paredes de vidro", explicou.

Os guardas intervieram para retirar esses obstáculos, mas "alguns detentos resistiram com armas improvisadas, e, em resposta, foram baleados com balas não-letais", declarou, sem especificar o tipo de balas usadas. Nenhum prisioneiro ou guarda ficou ferido, de acordo com o comunicado.

O advogado de dois detentos do Kuwait em greve de fome, Barry Wingard, lamentou em um e-mail à AFP o uso da força. "As ações dos responsáveis da prisão são exatamente o contrário do que acredito que deve ser feito. A greve de fome poderia terminar hoje (sábado) se os alcorões destes homens tivessem sido respeitados", declarou.

"A única coisa constante em vigor em Guantánamo é a força, o que parece desafiar a lógica e o bom senso", escreveu o advogado, que diz esperar uma intervenção do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, único com acesso aos detidos na prisão.

Segundo os advogados, a maioria dos detidos na seção 6, que abriga 130 presos, estão em greve de fome desde que, em fevereiro, seus alcorões foram examinados e, em sua percepção, profanados. Segundo o Pentágono, 43 presos estão em greve de fome, quatro vezes mais do que há um mês, quando 11 presos foram alimentados à força por um tubo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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