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Estados Unidos

Guantánamo: 77 dos 166 detentos estão em greve de fome

Os detidos protestam contra a fiscalização de seus exemplares do Alcorão e denunciam que alguns estão presos sem acusação nem processo

20 abr 2013 - 16h37
(atualizado às 16h48)
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Pelo menos 77 presos dos 166 do centro de detenção de Guantánamo, situado na ilha de Cuba, estão em greve de fome. Neste sábado, um porta-voz da prisão militar americana anunciou que, desde quarta-feira passada, outros 25 detidos aderiram ao protesto.

Entre os grevistas, 17 estavam sendo alimentados à força através de sondas conectadas ao esôfago, segundo o tenente-coronel Samuel House. Deste grupo, cinco estão hospitalizados, mas "nenhum corre riscos no momento".

Segundo informaram os advogados dos réus, uma centena dos detidos mais conciliadores participa deste protesto, iniciado no dia 6 de fevereiro quando os prisioneiros consideraram uma profanação religiosa que os guardas militares examinassem seus exemplares do Alcorão. Os detidos também denunciam sua prisão ilimitada há 11 anos, sem acusação nem processo.

O porta-voz das autoridades militares da prisão americana, o capitão Robert Durand, afirmou na quarta-feira que foi colocado em prática um "novo procedimento" para alertar aos advogados dos detidos através do Departamento de Justiça quando for necessária a alimentação dos presos por meio de tubos.

Um relatório independente elaborado pela organização Constitution Project condenou a "alimentação forçada" dos detidos em Guantánamo, considerando que trata-se de "uma forma de abuso a que se deve por fim".

No dia 13 de abril, cerca de 60 detidos foram transferidos das celas comuns do Campo 6 a celas individuais, após a intervenção dos guardas militares que reprimiram com munição não letal uma revolta interna.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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