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Oriente Médio

Governo francês proíbe manifestações contra vídeo anti-Islã

19 set 2012 - 05h14
(atualizado às 05h43)
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O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, anunciou nesta quarta-feira que vai negar permissão para uma manifestação para protestar contra o vídeo sobre Maomé que causou forte reação no mundo muçulmano.

Frame retirado do YouTube exibe ator no papel do profeta Maomé no polêmico filme Innocence of Muslims (Inocência dos Muçulmanos, em tradução livre).  O filme foi produzido por um homem que se apresentou à mídia americana como Sam Bacile, corretor imobiliário de origem israelense do Estado da Califórnia. No entanto, acredita-se que este seja um pseudônimo utilizado por Nakula Basseley Nakula, cristão copta egípcio que é o proprietário da empresa que produziu o filme
Frame retirado do YouTube exibe ator no papel do profeta Maomé no polêmico filme Innocence of Muslims (Inocência dos Muçulmanos, em tradução livre). O filme foi produzido por um homem que se apresentou à mídia americana como Sam Bacile, corretor imobiliário de origem israelense do Estado da Califórnia. No entanto, acredita-se que este seja um pseudônimo utilizado por Nakula Basseley Nakula, cristão copta egípcio que é o proprietário da empresa que produziu o filme
Foto: Reprodução

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"As manifestações não estão autorizadas", disse Ayrault em entrevista à emissora de rádio RTL. Segundo o primeiro-ministro, os protestos têm origem em "grupos minoritários que querem explorar" a atual situação.

"Não há razão para deixarmos ocorrer em nosso país conflitos que não concernem à França. Não toleraremos excessos", declarou após ser perguntado pela manifestação não autorizada organizada no sábado por grupos de fundamentalistas muçulmanos nas proximidades da embaixada americana de Paris e que terminou com mais de cem presos.

Ayrault afirmou que a prefeitura estava informada de que por meio das redes sociais e de mensagens de celular a marcha estava sendo convocada e disse que "há um reforço do policiamento".

O primeiro-ministro pediu "responsabilidade" após a publicação nesta quarta-feira pela revista satírica Charlie Hebdo de caricaturas de Maomé. "É responsabilidade de quem dirige a publicação publicar ou não publicar", comentou o chefe do Governo socialista, após recordar que a França é um Estado laico e que no país há liberdade de expressão.

Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA

Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.

Os protestos se disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Sexta, 14 de setembro, registrou o ápice da tensão, quando eventos foram registrados em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel), Amã (Jordânia)e Sanaa (Iêmen). No Cairo, as manifestações têm sido quase diárias. No dia 17, Afeganistão e Indonésia também tiveram protestos.

O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims, filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.

A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas. No dia 15 de setembro, a Al-Qaeda emitiu um comunicado no qual afirmava que a ação em Benghazi foi uma vingança pela morte do número 2 da rede terrorista no Iêmen em um ataque do Exército.

EFE   
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