PUBLICIDADE

Estados Unidos

Furacão Sandy faz Obama deixar papel de candidato e retomar comando

29 out 2012 - 17h04
Compartilhar

Barack Obama deixou delado nesta segunda-feira seu papel de candidato eleitoral para retomar o de presidente, consciente da necessidade de passar a imagem de um líder firme no comando dos Estados Unidos, no momento em que parte do país está ameaçada pela chegada do furacão Sandy.

Em um breve discurso após uma reunião com o comitê de crise da Casa Branca, o presidente exortou os moradores das regiões potencialmente ameaçadas a seguirem sem demora as instruções das autoridades locais para que deixem suas casas.

"A mensagem mais importante que eu quero passar para as pessoas neste momento é: por favor, ouçam as autoridades locais. Quando lhes disserem para sair, vocês devem sair. Sem demora. Não pensem no que fazer... Não discutam as instruções que serão dadas a vocês", disse.

"Esta é uma tempestade séria e poderá ter consequências potencialmente fatais se as pessoas não agirem de forma rápida o suficiente", acrescentou o presidente.

"A prioridade é tentar salvar vidas", disse Obama, que havia deixado a Flórida (sudeste) apressadamente na manhã desta segunda-feira, onde planejava fazer um discurso para as eleições presidenciais de 6 de novembro. Ele seguiu para Washington com objetivo de coordenar a resposta ao fenômeno climático.

O furacão obrigou Obama e seu rival republicano, Mitt Romney, a cancelarem vários eventos de campanha, a oito dias das eleições.

Sandy é o segundo evento meteorológico a perturbar a campanha. No final de agosto, a Convenção Republicana em Tampa (Flórida) precisou ser adiada por causa da tempestade tropical Isaac, que passou pela Louisiana (sul) antes de provocar inundações.

Obama esteve no local poucas horas depois para manifestar a solidariedade do país aos atingidos.

Os dois candidatos consideram a derrota política sofrida pelo presidente George W. Bush um resultado de sua reação, considerada tardia e precária ao furacão Katrina, que em 2005 causou mais de 1.800 mortes. O nível de popularidade do presidente republicano nunca se recuperou.

No domingo, o que era para ser o seu último dia sem atividades de campanha antes da eleição, Obama viajou para a sede do órgão federal responsável por situações de crise (FEMA) para pedir a seus compatriotas que levem "muito a sério" os perigos potenciais de Sandy.

"Nós não sabemos onde atingirá, onde vai será o maior impacto e, por isso, é importante estar preparado para agir rápido e de forma generalizada", declarou o presidente, que prometeu ajuda federal às vítimas que venham a precisar.

Mas enquanto Obama suspendeu sua campanha para recuperar o controle da situação de emergência, seu rival Mitt Romney deverá dar continuidade ao seu giro pelos estados-chave, mantendo-se a oeste da região ameaçada pelo furacão, em Ohio, Iowa e Wisconsin.

Seu porta-voz Andrea Saul informou que Romney "está preocupado com a segurança e o bem-estar dos que estão no caminho" de Sandy, e que contatou os governadores republicanos da Virgínia e de Nova Jersey, estados costeiros ameaçados. Sua sede de campanha anunciou que distribuir bens essenciais para as vítimas potenciais.

Mas os discursos de Romney para atacar Obama podem parecer deslocados no momento em que o presidente ordenou uma mobilização governamental de emergência.

"O presidente colocará as luvas, é assim que deve ser. De nenhuma maneira Romney poderia igualá-lo", quando não possui nenhuma responsabilidade oficial, explica uma autoridade democrata citada nesta segunda-feira pelo jornal Politico.

Embora todas as pesquisas apontem os candidatos rivais praticamente empatados, com uma ligeira vantagem para Obama em estados-chave, os efeitos a médio prazo da tempestade permanecem uma incógnita.

Eventuais cortes prolongados de energia, por exemplo, poderiam impedir alguns eleitores de votar em urnas eletrônicas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade