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Estados Unidos

Funcionários da Receita dos EUA negam conhecimento de investigação de conservadores

21 mai 2013 - 15h43
(atualizado às 16h35)
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As principais autoridades da Receita Federal dos Estados Unidos (IRS) disseram nesta terça-feira ao Congresso que só há pouco tempo ficaram sabendo que a agência estava investigando grupos conservadores. Eles afirmaram ainda que não estavam deliberadamente enganando os congressistas no ano passado quando não revelaram essa prática.

Senadores exasperados questionaram a credibilidade do ex-comissário do IRS Douglas Shulman, que dirigiu a agência de 2008 a 2012, e do chefe atual, Steven Miller, que está para deixar o cargo. O senador republicano Orrin Hatch, do Estado de Utah, acusou os dirigentes do IRS de mentirem "por omissão".

Durante uma audiência do Comitê de Finanças do Senado, Shulman declarou ter ficado "perturbado" ao ler um relatório do inspetor geral, na semana passada, apontando provas de que funcionários do IRS em Cincinnati, no Estado de Ohio, se haviam concentrado inapropriadamente em grupos que continham em seu nome as palavras "Tea Party " e "patriotas".

Os senadores perguntaram por que Shulman não revelou essa prática, iniciada em março ou abril de 2010. Na época, ele rejeitou queixas de conservadores de que a Receita estava fazendo um escrutínio extra em alguns grupos.

"O conjunto completo de fatos em torno dessas circunstâncias surgiu na semana passada… até esse momento eu não tinha uma visão completa dos fatos", afirmou Shulman nesta terça-feira.

"O que eu soube em algum momento na primavera (primeiro semestre) de 2012 era que havia uma lista que estava sendo usada. Eu sabia que as palavras 'Tea Party' estavam na lista. Não sabia que outras palavras estavam na lista", afirmou.

Um ouvidor do Departamento do Tesouro disse ter informado Shulman sob uma investigação do assunto em maio de 2012, mas concluiu que antes disso autoridades da Receita teriam contado a Shulman sobre os potenciais problemas.

Congressistas disseram estar desapontados com as respostas. No entanto, Miller e Shulman negaram ter ocultado a verdade do Congresso. "Eu não menti, senhor", afirmou Miller a Hatch.

Miller foi forçado a renunciar ao cargo na semana passada. Outros funcionários em cargos mais elevados podem estar na linha de fogo no escândalo, que vem crescendo, já que membros de outros partidos se apressaram a condenar a Receita por ter extrapolado seus poderes.

A tempestade política ganha força, e levou o presidente Barack Obama mudar sua agenda e pôs a Casa Branca na defensiva num momento em que ele tenta negociar um acordo orçamentário com a oposição republicana e se empenha em promover uma ampla reforma na lei de imigração no Congresso.

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