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América Latina

Ex-consultor da CIA pede asilo ao Equador, diz chanceler

23 jun 2013 - 13h49
(atualizado às 14h14)
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Edward Snowden é acusado de espionagem, roubo e uso indevido de propriedade do governo dos EUA
Edward Snowden é acusado de espionagem, roubo e uso indevido de propriedade do governo dos EUA
Foto: AP

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, informou neste domingo que o ex-consultor americano da CIA, Edward Snowden, acusado de espionagem por Washington, pediu asilo político a seu país. "O governo do Equador recebeu a solicitação de asilo por parte de Edward Snowden", afirmou o chanceler em sua conta no Twitter.

Snowden chegou neste domingo à tarde em Moscou após deixar Hong Kong em um voo comercial russo, de acordo com a companhia aérea Aeroflot, em uma tentativa de evitar o pedido de extradição dos Estados Unidos, que o acusa de espionagem. A chegada do voo Aeroflot SU213 foi anunciada às 17h local (8h no horário de Brasília) no aeroporto internacional Cheremetievo da capital russa.

O WikiLeaks, organização fundada por Julian Assange, prestou apoio a Snowden e indicou em um comunicado que o ex-agente americano viaja "com destino a uma nação democrática, passando por uma rota segura para buscar asilo". Snowden estaria acompanhado de "assessores jurídicos do WikiLeaks".

O governo de Hong Kong Declarou não ter "bases legais" para evitar a partida do ex-consultor de 30 anos, justificando que o governo dos Estados Unidos, que o acusa de espionagem, roubo e uso indevido de propriedade do governo, não entregou até a sexta-feira informações suficientes para justificar a sua detenção e eventual extradição.

Em seu comunicado a organização de Assange, que se refugiou na Embaixada do Equador em Londres, cita o ex-juiz Baltasar Garzón, que declarou que estar interessado "em preservar os direitos de Snowden", assim como protegê-lo como "pessoa". "O que tem acontecido com Snowden e Assange (...0 é uma agressão contra o povo", ressaltou.

WikiLeaks ajudou Snowden a deixar Hong Kong "de forma segura":

"Snowden deixou voluntariamente Hong Kong hoje em direção a um terceiro país de forma legal", indicou em um comunicado o porta-voz do governo, sem confirmar seu destino. O comunicado acrescenta que os Estados Unidos foi informado desta partida.

A agência russa Ria Novosti indicou que no terminal F do aeroporto onde o avião de Snowden aterrissou, um veículo da embaixada do Equador podia ser visto. O porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, Dmitry Peskov, disse que não sabia nada sobre a chegada do ex-agente, que vazou para a imprensa informações sobre programas do governo dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha para monitorar telefonemas e acessos à internet.

Snowden chegou a mencionar a possibilidade de pedir asilo político à Islândia, onde operam organizações em defesa dos direitos civis em relação ao monitoramento de dados privados por parte dos governos. Desde 5 de junho, quando foram publicados os primeiros artigos nos jornais The Guardian e The Washington Post, Snowden revelou muitos detalhes sobre o monitoramento realizado pela NSA nos Estados Unidos e no exterior.

No domingo, o Sunday Morning Post assegurou que a NSA interceptou "milhões" de mensagens de texto enviadas pela rede de telefonia móvel chinesa. A China reagiu fortemente a esta última informação. A agência Nova China chamou os Estados Unidos de o "maior vilão do nosso tempo" em termos de ciberataques. Estas acusações "mostram que os Estados Unidos, que tentaram por muito tempo apresentar-se como uma vítima inocente de ataques cibernéticos, têm-se revelado o grande vilão do nosso tempo" nesta área, de acordo com a agência oficial chinesa.

A NSA, segundo Snowden, também hackeou em 2009 os servidores da Pacnet, uma empresa com sede em Hong Kong, que administra a rede de fibra óptica mais extensa da região, bem como a prestigiada Universidade de Tsinghua, em Pequim, onde estão localizadas as seis principais redes através das quais se pode acessar informações na internet de milhões de chineses.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos declarou neste domingo que irá pedir a cooperação das autoridades judiciárias dos países para os quais o ex-consultor da NSA poderia buscar asilo. E o diretor da agência, o general Keith Alexander, anunciou a implementação de novas medidas de segurança para impedir o vazamento de informações.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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