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Estados Unidos

EUA veem Al Qaeda fragilizada, mas alertam para terrorismo de Irã e Hezbollah

30 mai 2013 - 18h52
(atualizado às 19h02)
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Os Estados Unidos alertaram nesta quinta-feira, em seu relatório anual sobre terrorismo, relativo a 2012, que a atividade terrorista do Irã e do Hezbollah está atingindo níveis não vistos desde 1990, mas reconheceu um enfraquecimento progressivo da rede islamita Al Qaeda.

O relatório, divulgado pelo Departamento de Estado, analisa em escala mundial o alcance dos atos terroristas país por país, e reconhece no regime de Mahmoud Ahmadinejad e em sua aliada milícia libanesa uma das ameaças crescentes.

O Irã, reconhecido como um dos países patrocinadores do terrorismo desde 1984, está aumentando sua atividade terrorista por meio da Guarda Revolucionária Islâmica e seu Ministério de Inteligência e Segurança (MOIS), segundo o documento.

Os EUA afirmam que o Irã "aumentou sua atividade relacionada com o terrorismo" em 2012, com ataques e tentativas de atentado em Índia, Tailândia, Geórgia e Quênia; e proporcionou "apoio financeiro, material e logístico" a grupos do Oriente Médio e da Ásia Central.

O relatório acusa o Irã de facilitar "extenso treinamento, fundos e armas para ajudar o governo de Bashar al Assad" na Síria e de proporcionar os mesmos recursos ao Hamas e outros grupos palestinos, além de grupos militantes xiitas no Iraque.

Por outra parte, os EUA advertiram que o Irã continuou tentando expandir sua presença e suas relações bilaterais na América Latina, e destacou as visitas de seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, a Cuba, Equador, Nicarágua e Venezuela durante 2012.

Mesmo assim, os EUA não detectaram células operativas conhecidas da Al Qaeda ou do Hezbollah no hemisfério, embora assegure que simpatizantes ideológicos de ambas organizações na América do Sul e no Caribe lhes seguiram prestando apoio financeiro e ideológico, assim como a outros grupos terroristas no Oriente Médio e no sul da Ásia.

No entanto, os EUA estão otimistas em relação à luta contra a rede terrorista Al Qaeda, a quem consideram enfraquecida graças ao esforço internacional.

O relatório especifica que o núcleo da Al Qaeda está "significativamente" fragilizado e se centra "cada vez mais em sua própria sobrevivência", mas ainda é capaz de lançar ataques nacionais e internacionais de seu refúgio no oeste do Paquistão.

"Como consequência da perda de muitos de seus líderes, a capacidade do núcleo da Al Qaeda de dirigir atividades e ataques de suas filiais diminuiu, enquanto seus líderes se concentram cada vez mais na sobrevivência", assinalou o documento.

As filiais da Al Qaeda, por sua parte, "seguem buscando atacar o 'inimigo distante', mas parecem mais inclinadas a concentrar-se em ataques de menor escala, mais próximos de sua base de operações", continuou.

"Embora o núcleo Al Qaeda esteja prestes a ser derrotado, e suas duas filiais mais perigosas tenham sofrido sérios revezes, tumultuosos eventos no Oriente Médio e no Norte da África complicaram o panorama do antiterrorismo", advertiu o relatório.

O documento aponta também que os EUA mantêm Cuba, junto com Irã, Síria e Sudão, como país patrocinador do terrorismo, argumentando que a ilha "continua proporcionando refúgio a membros da ETA", grupo que continua em sua lista de grupos terroristas apesar de ter anunciado a cessação definitiva da violência em 2011.

O relatório reconhece, no entanto, que "não há indicações que o governo de Cuba proporcione armas ou treinamento paramilitar a grupos terroristas", como havia indicado em seu relatório de 2011.

Em relação à Síria, o documento indica que "continua seu apoio político a uma variedade de grupos terroristas que afetam a estabilidade da região e além", e que "sua relação com o Hezbollah e o Irã parece ter se fortalecido ao longo do conflito" interno que vive o país.

"A Síria segue gerando uma preocupação significativa sobre o papel que exerce no financiamento do terrorismo", especialmente porque 80% dos sírios não usam serviços bancários formais, destacou o relatório, que lembra a inquietação dos EUA perante a possibilidade de que armas químicas cheguem a grupos terroristas.

Por fim, sobre o Sudão, incluído desde 1993, os EUA reconhecem que o país cooperou no ano passado com a luta antiterrorista, mas continua sendo "base logística" e "ponto de passagem" de extremistas violentos que se dirigem ao Mali e ao Afeganistão.

EFE   
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