PUBLICIDADE

Oriente Médio

EUA: Sandy causa incerteza geral no resultado de eleição

30 out 2012 - 14h10
(atualizado às 15h33)
Compartilhar

Barack Obama foi beneficiado nesta terça-feira da autoridade natural de um presidente em exercício frente à supertempestade Sandy, enquanto seu adversário republicano Mitt Romney tenta sair de sua condição de espectador, a apenas uma semana da eleição presidencial americana.

Via teleconferência, Barack Obama recebe atualizações sobre o furacão Sandy na Situation Room, na Casa Branca
Via teleconferência, Barack Obama recebe atualizações sobre o furacão Sandy na Situation Room, na Casa Branca
Foto: Pete Souza/Casa Branca / Divulgação

O essencial sobre a passagem de Sandy pelos EUA

30/10 Sandy deixa rastro de destruição, mortes e escuridão nos EUA
29/10 Obama convoca reunião de crise: "prioridade é salvar vidas"
28/10 EUA: Sandy afetará 50 milhões

.

Bloomberg: vamos nos sair bem
27/10Sandy recupera força de furacão e ameaça os Estados Unidos

Confira o material especial
Veja fotos da passagem do Sandy pelos EUA e da evolução do furacão

Você sabe como é escolhido o nome de um furacão?
Saiba quais foram os furacões mais devastadores desde 2000

A "surpresa de outubro", evento capaz de perturbar a eleição presidencial, adquiriu a forma neste ano de uma tempestade extratropical, que atingiu o nordeste do país na madrugada de segunda para terça-feira, causando ao menos 16 mortes e importantes perdas econômicas, principalmente em Nova Jersey e Nova York.

Mas o complexo sistema eleitoral americano e a incerteza geral da eleição torna prematura qualquer análise sobre o potencial impacto do desastre nos resultados de 6 de novembro. Nesta terça-feira, Romney e Obama não pareciam dispostos a explorar a passagem do fenômeno climático para fins eleitorais. Era impossível fazer campanha na Virgínia (leste), onde 120 mil casas ficaram sem energia elétrica nesta manhã, ou em Filadélfia e Pensilvânia (leste), onde os cortes de energia atingiram 400 mil habitantes.

Furacão Sandy provoca mortes e inundações em Nova York

"A prioridade é a segurança e o apoio às vítimas", declarou à AFP uma fonte ligada a Mitt Romney. "As decisões desta campanha devem levar isso em conta". Mas deixar de fazer campanha significa para o republicano perder pontos no fim de uma corrida extremamente equilibrada.

Por outro lado, ele não pode atacar frontalmente Obama, no momento em que o presidente garimpa a sua imagem como um líder em tempos de crise.Ao contrário do presidente, Romney esteve em dois atos eleitorais na segunda-feira e participou de um evento para "ajudar" as vítimas nesta terça em Kettering, no estado-chave de Ohio (norte).

Já Obama interrompeu sua campanha para administrar a crise a partir da Casa Branca. Desde o início da manhã, a presidência indicou que o mandatário acompanhou "durante toda a noite" os acontecimentos relacionados ao furacão Sandy.

Ele recebeu um elogio inesperado e bem-vindo de um dos mais fortes defensores do republicano Mitt Romney, o governador de Nova Jersey, Chris Christie. "O presidente tem sido formidável" Christie, que desde o início da campanha não poupou críticas a Obama, apareceu na televisão na manhã desta terça-feira elogiando o presidente por sua gestão decisiva na assistência federal ao seu Estado.

"O presidente tem sido formidável. Falei com ele três vezes ontem, ele me ligou pela última vez à meia-noite para me perguntar do que eu precisava, e eu o pedi para agilizar o anúncio de uma grande catástrofe", explicou no canal MSNBC.

Furacão Sandy derruba fachada de prédio nos EUA; veja

"Ele não falou uma única vez em eleição, e se ele próprio, que é candidato, não fala, você pode ter a certeza de que os moradores de Nova Jersey também não estão interessados", acrescentou o governador na CNN. Obama e Romney se apressaram em visitar a Louisiana (Sul) em agosto após a tempestade Isaac, cientes de que os danos causados pelo furacão Katrina sete anos antes sob o comando do presidente George W. Bush.

Passado o momento de emergência, Mitt Romney poderá ser questionado sobre suas declarações em junho de 2011 sobre o papel do governo no gerenciamento de catástrofes, no momento em que o candidato se esforçava para convencer os ultraconservadores de que era um deles. Alguns meios de comunicação transmitiram um trecho de um debate em que Mitt Romney parecia questionar o papel e o financiamento da agência federal responsável por situações de crise (FEMA), que teve grande importância já na segunda-feira.

"Sempre que temos a oportunidade de pegar algo do governo federal e de confiá-lo aos Estados, este é o rumo certo a seguir. E se pudermos ir mais longe e confiar ao setor privado, é ainda melhor", disse. Desde domingo, todas as emissoras de televisão reduziram sua cobertura da campanha. E a falta de eletricidade e de telefone pode dificultar o trabalho dos institutos de pesquisa, sobretudo no estado-chave da Virgínia. O impacto sobre a votação antecipada permanece incerto.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade