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Estados Unidos

EUA não descartam apoio do Paquistão a Bin Laden, diz assessor

2 mai 2011 - 15h51
(atualizado às 17h46)
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O assessor antiterrorismo do presidente Barack Obama, John Brennan, recusou-se a descartar o apoio oficial do Paquistão a Osama Bin Laden e afirmou que Islamabad só soube da operação que abateu o líder da Al-Qaeda depois que as forças dos EUA deixaram o espaço aéreo paquistanês. "Estamos observando agora como ele conseguiu ficar lá por tanto tempo e se teve ou não algum tipo de sistema de suporte dentro do Paquistão que permitiu sua permanência lá", disse Brennan à imprensa.

Após morte de Osama bin Laden, Talibã ameaça Paquistão e EUA:

O assessor acrescentou que a morte de Bin Laden foi um "momento decisivo" na guerra contra o terrorismo, e que os Estados Unidos pretendem enterrar o resto da Al-Qaeda com ele. A eliminação de Bin Laden foi "um momento decisivo na guerra contra a Al-Qaeda, na guerra contra o terrorismo, ao decapitar a cabeça da serpente conhecida como Al-Qaeda", disse.

"Isso terá repercussões que penso que serão muito importantes em toda a área de atuação da Al-Qaeda", afirmou, acrescentando que "esperamos enterrar o resto da Al-Qaeda junto com Bin Laden". No entanto, Brennan ressaltou que a rede extremista, apesar de ser um "tigre ferido", continua sendo perigosa.

"Acho que sempre existe a possibilidade de que grupos terroristas ataquem e se vinguem após uma operação como essa", disse aos jornalistas na Casa Branca. A Al-Qaeda está ferida, "mas estamos decididos a destruí-la. Creio que temos mais chances de destruí-la agora sem Bin Laden", acrescentou.

O assessor de Obama informou também que uma mulher, que morreu junto com o líder da Al-Qaeda durante a operação americana "serviu de escudo" humano. "Pelo que entendi, e as informações detalhadas ainda estão chegando a nós (...), quando Bin Laden estava em posição para ser atingido, ela estava posicionada de uma forma que indica que foi utilizada como escudo", acrescentou.

Brennan disse que não está claro "se Bin Laden ou seu filho a colocaram ali, ou se ela mesma fez isso". "De acordo com o que entendi, ela também foi abatida (...). Era uma das mulheres de Bin Laden", acrescentou Brennan.

John Brennan disse também que a rede Al-Qaeda é "um tigre mortalmente ferido", mas permanece perigoso. "Eu acredito que sempre há grupos terroristas em potencial para tentar ataques ou alguma operação de vingança," disse.

"Mas também penso que alguns deles estão se perguntando se 'Bin Laden estaria realmente morto.' O discurso da Al-Qaeda está cada vez mais fraco." "Este é um golpe estratégico na Al-Qaeda. É um golpe necessário, mas não o único e suficiente para levar a organização ao desaparecimento."

"Nós estamos determinados a destruí-la e agora que Bin Laden não está mais lá, acredito que nós temos uma chance muito maior de conseguirmos destruir a organização ou criar rupturas internas.

Osama bin Laden é morto no Paquistão

No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .

A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Enquanto a secretária de Estado dos EUA afirmava que a batalha contra o terrorismo continua, o alerta disseminado em aeroportos horas depois da notícia simboliza a incerteza do impacto efetivo da morte de Bin Laden no presente e no futuro.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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