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Estados Unidos

EUA minimizam denúncia sobre espionagem à UE e outros aliados

1 jul 2013 - 09h43
(atualizado às 09h51)
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Quase todos os governos nacionais, e não só o dos Estados Unidos, usam "muitas atividades" para salvaguardar seus interesses e sua segurança, disse nesta segunda-feira o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, respondendo pela primeira vez aos relatos de que Washington teria espionado a União Europeia e outros aliados.

A UE exigiu com firmeza que os EUA se expliquem sobre a denúncia feita por uma revista alemã, e disse que, se for verdadeira, essa vigilância é "chocante".

O jornal The Guardian disse, em artigo publicado na noite de domingo, que os Estados Unidos também tiveram como alvo aliados não-europeus, incluindo Japão, Coreia do sul e Índia - uma notícia constrangedora para Kerry, que chegou a Brunei nesta segunda-feira para uma conferência sobre a segurança na Ásia.

Kerry confirmou que a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, abordou o tema durante uma reunião que os dois mantiveram em Brunei, mas não entrou em detalhes sobre a conversa, e disse que ainda não havia visto detalhes das denúncias publicadas na imprensa europeia.

"Eu digo que cada país no mundo que está envolvido em assuntos internacionais e em segurança nacional realiza muitas atividades para proteger sua segurança nacional, e que todo tipo de informação contribui para isso. Tudo o que eu sei é que isso não é incomum para muitas nações", disse Kerry em entrevista coletiva.

Algumas autoridades europeias disseram que a negociação de um acordo de livre comércio entre UE e EUA poderão ser suspensas até que Washington esclareça o assunto.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse a uma rádio francesa que os EUA ultrapassaram um limite.

"Sempre tive certeza de que ditaduras, alguns sistemas autoritários, tentavam escutar ... mas que medidas como essas sejam agora praticadas por um aliado, por um amigo, isso é chocante, caso seja verdade", afirmou.

Autoridade do Japão e Coreia do Sul também disseram ter pedido esclarecimentos aos EUA. Autoridades em Nova Délhi não tinham qualquer comentário imediato.

A revista Der Spiegel disse no sábado que a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA grampeou órgãos da UE e teve acesso a redes de computadores internas do bloco.

No mês passado, a notícia de que a NSA espionava as comunicações digitais e telefônicas de milhões de pessoas já havia causado indignação entre políticos europeus.

No domingo, em uma reportagem complementar, a revista disse que, num mês habitual, a NSA monitora 500 milhões de telefonemas, e-mails e mensagens de texto na Alemanha, um volume de dados semelhante ao que os EUA colhem na China e no Iraque e bem mais do que a atividade de espionagem de qualquer governo europeu.

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