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Estados Unidos

EUA: líderes da comunidade negra celebram legado de Martin Luther King

Evento em Atlanta, nos Estados Unidos, marca os 50 anos do discurso de Luther King sobre a igualdade racial e de oportunidades

17 ago 2013 - 20h10
(atualizado às 22h13)
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Celebração marca os 50 anos do histórico discurso do ícone do movimento dos direitos civis
Celebração marca os 50 anos do histórico discurso do ícone do movimento dos direitos civis
Foto: AP

Líderes da comunidade negra em Atlanta, nos Estados Unidos, celebram neste sábado os 50 anos da "Marcha de Washington" e do histórico discurso do ícone do movimento dos direitos civis, Martin Luther King Jr., ao lembrar que a luta pela igualdade das minorias continua nos Estados Unidos.

Foi nessa marcha, diante de mais de 250 mil pessoas, em frente ao monumento a Lincoln e sob o lema "Trabalhos e Liberdade", em 28 de agosto de 1963, que King fez o histórico discurso "Tenho um Sonho" sobre a igualdade racial e de oportunidades.

Essa manifestação, realizada no auge da luta pelos direitos civis dos negros e contra da segregação racial institucionalizada, exigia o acesso "pleno e justo" ao direito ao voto, empregos, casa e a educação integrada.

O Centro King em Atlanta, o maior arquivo mundial de arquivos sobre a vida e obra de Luther King e do movimento dos direitos civis, inaugurou neste sábado a "Exposição Global pela Liberdade" para celebrar seu legado e, sobretudo, fazer um chamado para que a luta pela justiça social continue.

"Estamos realizando este programa hoje em Atlanta porque é a comunidade na qual nasceu e cresceu Martin Luther King, e onde está enterrado e porque muitas pessoas não poderão assistir aos atos oficiais em Washington", disse em entrevista Steve Klein, diretor de comunicações do Centro King.

"A luta pelos direitos civis é muito relevante agora porque o doutor King foi pioneiro no uso da não violência como veículo da mudança social, começando pelo boicote dos ônibus em Montgomery (Alabama) na década de 1950", ressaltou Klein.

"Muitos grupos defensores dos direitos humanos, dos imigrantes e dos latinos adaptaram as doutrinas de King", acrescentou. King e outros líderes da época desfraldaram a causa da justiça social, optando pela via pacífica para combater leis que segregavam brancos e negros nas escolas, cafeterias e restaurantes, ônibus, alojamentos e demais lugares públicos.

Segundo Klein, embora essa luta tenha produzido um grande avanço social para as minorias, "ainda há muito por fazer" e as comunidades negra e latina e demais grupos étnicos "devem se unir para repelir leis repressivas que assediam as minorias e buscam suprimir seu voto".

"Ao celebrar o 50º aniversário do discurso, devemos lembrar que Luther King lutou até seus últimos dias de vida e que as minorias e também os brancos oprimidos tem que criar uma nova e poderosa coalizão não violenta que encaminhe os Estados Unidos rumo à realização do sonho de Luther King", reforçou.

Os atos do Centro King, co-patrocinados pela cidade de Atlanta e um grupo de organizações cívicas, incluem shows ao ar livre, atividades para crianças e um filme sobre a marcha narrado pelo ator Denzel Washington.

A exposição culminará com uma vigília na qual os presentes depositarão velas flutuantes para iluminar a fonte cristalina que rodeia seu túmulo em Sweet Auburn em Atlanta, onde jazem seus restos desde 1977.

Essa cerimônia contará com a participação do presidente Barack Obama e seus antecessores democratas, Jimmy Carter e Bill Clinton; parentes de Luther King; líderes políticos, ativistas comunitários de todo o país e artistas internacionais, diz a página oficial dos atos "www.officialmlkdream50.com".

A marcha de Washington e o discurso de Luther King ajudaram a construir o caminho para a ratificação da vigésima quarta emenda da Constituição, que eliminou a restrição cobrada nas urnas e a aprovação da Lei dos Direitos Civis de 1964, que proibiu a segregação racial em todas as instituições públicas e nos lugares de emprego.

EFE   
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