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Estados Unidos

EUA já podem entregar água e comida às vítimas do terremoto

15 jan 2010 - 19h37
(atualizado às 20h26)
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Os Estados Unidos anunciaram que já estão em condições de entregar seu primeiro grande carregamento de comida e água às vítimas do terremoto no Haiti, enviado a bordo do porta-aviões "Carl Vinson", que chegou na tarde desta sexta-feira às águas haitianas.

Foto de novembro de 2001 mostra o porta-aviões USS Carl Vinson no Mar Arábico
Foto de novembro de 2001 mostra o porta-aviões USS Carl Vinson no Mar Arábico
Foto: AP

"Em termos de alimentação, já mobilizamos e estão a caminho 600.000 rações humanitárias", disse à imprensa o diretor da Agência para o Desenvolvimento Internacional (AID), Rajiv Shah. O Exército americano também entregará à população 100 mil contêineres com dez litros de água potável cada um. "Vinte mil desses contêineres chegarão ainda hoje (sexta-feira)", acrescentou Shah.

Os Estados Unidos oferecem US$ 48 milhões em assistência alimentar, suficiente para "garantir vários meses de comida à população afetada, ou dois milhões de pessoas", acrescentou.

O Comando Sul dos Estados Unidos, com base em Miami, determinou que o aeroporto de Porto Príncipe, que possui apenas uma pista de aterrissagem, possa administrar apenas 90 decolagens e pousos por dia, segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley. Mas a chegada do porta-aviões, que carrega 19 helicópteros, dará ao Haiti uma infraestrutura equivalente a um segundo aeroporto.

Além dos helicópteros, o porta-aviões chegou ao Haiti com mil soldados e equipado com 51 camas de hospital, três salas de operações e uma central capaz de produzir centenas de milhares de litros de água potável por dia.

Os Estados Unidos também tentam construir um heliporto provisório perto do Toussaint Louverture de Porto Príncipe para ajudar a receber os carregamentos de água, comida e remédio que vêm do exterior. Para a assistência aos feridos, os Estados Unidos estão usando sua base naval de Guantánamo, na ilha de Cuba, onde foram hospitalizados 24 americanos gravemente golpeados no terremoto.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. O presidente haitiano, René Préval, afirmou nesta quinta-feira que pelo menos 7 mil pessoas mortas no terremoto já foram enterradas em uma vala comum. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 toneladas de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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