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Oriente Médio

EUA: furacão Sandy ganha força e coloca costa leste em alerta

29 out 2012 - 08h45
(atualizado às 17h38)
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O furacão Sandy, uma tempestade gigantesca que ameaça a Costa Leste dos Estados Unidos, ganhou força nesta segunda-feira, após forçar centenas de milhares de pessoas a procurar lugares elevados e provocar a interrupção do transporte público e o fechamento de Wall Street pela primeira vez em 27 anos em consequência de um fenômeno climático.

Imagem de satélite exibe o furacão Sandy sobre o Oceano Atlântico e se aproximando da costa leste dos EUA
Imagem de satélite exibe o furacão Sandy sobre o Oceano Atlântico e se aproximando da costa leste dos EUA
Foto: Reuters

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Cerca de 50 milhões de pessoas a partir do Meio-Atlântico ao Canadá estão no caminho da tempestade, que os meteorologistas dizem que pode ser a maior de todos os tempos a atingir os EUA continental. Espera-se que o furacão derrube árvores, danifique edifícios e cause quedas de energia generalizadas ao longo dos próximos dias.

O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês) disse nesta segunda que a tempestade de categoria 1 na escala de 1 a 5 havia ganhado força, à medida que se dirigia em direção à costa a 24 km/h. Espera-se que Sandy provoque um aumento do nível das águas "com perigo para vidas", ventos de furacão na costa e uma nevasca nas montanhas do Apalache, informou o NHC.

Nove Estados declararam estado de emergência e o presidente Barack Obama alertou a nação para se preparar. "Esta é uma séria e grande tempestade", disse Obama, após uma reunião para se informar sobre o furacão no centro de reações a tempestades do governo federal, em Washington. "Nós ainda não sabemos onde irá atingir, onde nós veremos o maior impacto."

Sandy, que matou 66 pessoas no Caribe e provocou chuvas fortes em áreas costeiras e neve em altitudes mais elevadas, vai causar grandes inundações enquanto se dirige para o interior dos EUA, de acordo com os meteorologistas.

Seus ventos aumentaram para uma máxima de 140 km/h, afirmou o centro nacional em um relatório às 5h do horário local (9h no horário de Brasília), subindo de ventos com velocidade de 120 km/h três horas antes. A agência afirmou que os ventos da tempestade tropical alcançavam até 780 km a partir do centro. Apesar de Sandy não ter a mesma força do furacão Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005, seus ventos fazem dele um furacão gigantesco, disseram os meteorologistas.

Nova York e outras cidades suspenderam os sistemas de transporte e fecharam escolas. A população foi instruída a abandonar áreas de baixa altitude antes de uma elevação do nível do mar que poderia chegar a até 3,4 m.

Todos os mercados de ações dos EUA ficarão fechados nesta segunda-feira e, possivelmente, na terça, informou a operadora da bolsa de Nova York na noite de domingo, invertendo um plano anterior de manter a negociação eletrônica funcionando nesta segunda.

O furacão Sandy também forçou o presidente Barack Obama e o adversário republicano, Mitt Romney, a cancelarem alguns eventos de campanha, e há temores de que o furacão possa prejudicar a votação antecipada - algo incentivado pelos candidatos este ano mais do que nunca - antes da eleição em 6 de novembro.

A Organização das Nações Unidas (ONU), os teatros da Broadway, cassinos de Nova Jersey, escolas e vários eventos corporativos também estão sendo suspensos em consequência do furacão.

"Não sejam estúpidos"

Autoridades mandaram pessoas em cidades costeiras e regiões de baixa altitude abandonarem suas casas, dizendo com frequência que colocariam as vidas das equipes de emergência em risco caso ficassem. "Não sejam estúpidos, saiam, e vão para lugares mais altos e seguros", disse o governador de Nova Jersey, Chris Christie, durante uma coletiva de imprensa.

Meteorologistas disseram que o furacão Sandy é uma rara "super tempestade" híbrida, criada por uma corrente de vento do Ártico envolvendo-se em torno de uma tempestade tropical. Fornecedores de energia elétrica desde as Carolinas até Maine relataram na noite de domingo que um total de 14 mil clientes já estavam sem energia.

A segunda maior refinaria de petróleo da Costa Leste, a Bayway, da Phillips 66, em Linder, Nova Jersey, estava fechando e outras três refinarias estavam diminuindo a produção, conforme a tempestade afetava as operações em dois terços das instalações da região. Os preços do petróleo caíram nesta segunda-feira, com o tipo Brent chegando próximo dos US$ 109 o barril. "Com as refinarias diminuindo as operações, nós provavelmente iremos ver o crescimento nas ações de petróleo, que pode levar a uma depressão dos preços no momento", disse o economista do Banco Nacional da Austrália Michael Creed, em Melbourne.

Reuters

Colaborou com esta notícia o internauta Rodrigo Alberto Leite, de Massachusetts, nos Estados Unidos, que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

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