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Estados Unidos

EUA fecharão 22 embaixadas e consulados por ameaça terrorista

3 ago 2013 - 14h55
(atualizado às 14h59)
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Os Estados Unidos se preparam para fechar neste domingo, 22 de suas embaixadas e consulados em vários países do mundo árabe pela ameaça "significativa" de possíveis atentados terroristas, descoberta graças à intercepção de comunicações entre dirigentes da rede terrorista Al-Qaeda.

"É uma ameaça significativa e estamos reagindo a ela", disse o chefe do Estado-Maior Conjunto, o general Martin Dempsey, em uma entrevista à rede de TV ABC que será transmitida amanhã e da qual foram divulgados alguns trechos neste.

Também é uma ameaça "mais específica" que outras anteriores e tem a ver com um potencial atentado "ao Ocidente, não apenas a interesses americanos", detalhou Dempsey.

Antes de partir hoje rumo a Camp David (Maryland), a residência presidencial de descanso, o presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu informações atualizadas da ameaça por parte de sua assessora antiterrorista, Lisa Monaco, e continuará a par do assunto durante o fim de semana, segundo a Casa Branca.

Além de ordenar o fechamento das 22 embaixadas e consulados por segurança, o Departamento de Estado emitiu na sexta-feira um alerta mundial de viagem para os americanos em que adverte quanto "à possibilidade contínua de ataques terroristas", especialmente no Oriente Médio e no norte da África, e que podem ocorrer na - ou proceder da - Península Arábica.

"A informação atual sugere que a Al-Qaeda e organizações filiadas continuam planejando ataques terroristas" e que os "esforços" para colocá-los em prática poderiam se concentrar "no período entre agora e o fim de agosto", quando vence o alerta.

Segundo fontes oficiais citadas pela rede "CNN", a inteligência americana tem informações que apontam que a Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), com sede no Iêmen, estaria "nos últimas períodos" do planejamento de um atentado não especificado.

Essa mesma inteligência esteve monitorando "uma crescente ameaça" contra alvos americanos e ocidentais por parte da AQAP durante algumas semanas.

Além disso, foram interceptadas comunicações cibernéticas entre agentes do alto escalão da Al-Qaeda sobre possíveis ataques contra interesses dos EUA no Oriente Médio e o norte da África, e sua análise levou a essa situação de alerta, publicou hoje "The New York Times".

O veículo cita funcionários do governo americano e afirma que essas comunicações foram registrados pelas agências de inteligência, analisadas nesta semana e compartilhadas com a CIA, o Departamento de Estado e a Casa Branca.

Os membros do Congresso também receberam relatórios confidenciais sobre o assunto.

"A decisão de fechar esse número de embaixadas e emitir uma advertência mundial de viagem de um mês sugere que a ameaça é real, avançada e iminente", disse ao "New York Times" o ex-oficial da CIA Bruce Riedel, também analista do Instituto Brookings.

O alerta chega apenas um mês antes do primeiro aniversário do ataque de 11 de setembro de 2012 ao consulado americano em Benghazi (Líbia), atribuído a militantes da Al-Qaeda e no qual morreram quatro pessoas, entre elas o embaixador Chris Stevens.

Em um vídeo divulgado nesta semana na internet, o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, renovou sua convocação para que "todo muçulmano de qualquer lugar faça o máximo possível para deter os crimes dos Estados Unidos e de seus aliados na Palestina, no Iraque, no Afeganistão, no Mali e em outros lugares".

Além disso, Zawahiri reprovou o uso por Obama de aviões não tripulados, conhecidos como drones, para a luta antiterrorista no Afeganistão, no Paquistão e no Iêmen.

O presidente francês, François Hollande, anunciou hoje o fechamento por vários dias da embaixada francesa no Iêmen, se referiu a "ameaças" da Al-Qaeda e disse que a decisão se tomou com base em dados proporcionados pelas autoridades americanas.

O Reino Unido também decidiu que sua embaixada no Iêmen permanecerá fechada no domingo e na segunda-feira como "medida de precaução", e aconselhou que os cidadãos britânicos que estiverem no país o deixem.

EFE   
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