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Oriente Médio

EUA fecham 22 embaixadas e consulados nos países árabes

4 ago 2013 - 10h40
(atualizado às 11h01)
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Embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv foi uma das que fechou neste domingo
Embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv foi uma das que fechou neste domingo
Foto: Reuters

Os Estados Unidos fecharam neste domingo a maior parte de seus consulados e embaixadas nos países árabes - 22 no total -, como no caso do Iêmen, onde as medidas de segurança foram reforçadas diante das representações ocidentais após a advertência emitida por Washington de possíveis atentados da Al-Qaeda em agosto.

As embaixadas americanas nas monarquias vizinhas do Golfo, entre elas Arábia Saudita e Kuwait, também foram fechadas neste domingo, assim como em outros países árabes, como Argélia e Jordânia.

Em Amã, "as medidas de segurança foram reforçadas em torno da embaixada americana", indicou uma autoridade jordaniana. Essa autoridade ressaltou que "não houve ameaças" específicas.

Em Sanaa, as forças de segurança iemenitas, apoiadas por veículos blindados, foram mobilizadas em frente às embaixadas fechadas de Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha, entre outros países, enquanto um drone (avião não tripulado) provavelmente americano, sobrevoava a capital durante a tarde, segundo os moradores.

O bairro de Hadda, no sul de Sanaa, onde está a maior parte das embaixadas e residências diplomáticas, entre elas as de França, Alemanha e Arábia Saudita, estava repleto de homens das forças especiais da Guarda Presidencial.

"Nós já estávamos em estado de alerta, mas redobramos a vigilância", declarou um policial iemenita. O Alto Comitê de Segurança fez no início da semana operações nas estradas dos arredores de Sanaa e nas vias que ligam a capital às grandes cidades do país.

"É uma medida preventiva durante os seis últimos dias do Ramadã", período marcado com frequência por atos de violência causados por extremistas, segundo uma fonte de segurança.

As autoridades iemenitas ainda não se pronunciaram sobre o alerta de atentados ou as medidas de fechamento de embaixadas.

Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha decidiram fechar suas embaixadas neste domingo e na segunda-feira, após o anúncio feito na quinta por Washington do fechamento de 22 consulados e embaixadas.

A ameaça de atentados da Al-Qaeda afeta todas as representações ocidentais, advertiu o chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos, Martin Dempsey. As ameaças são "mais específicas", mas não se sabe o alvo exato.

O alerta de Washington indicava um risco elevado de atentados da Al-Qaeda em agosto, "principalmente no Oriente Médio e no norte da África" e "na Península Arábica". Uma reunião sobre as ameaças terroristas da Al-Qaeda foi realizada sábado na Casa Branca.

O fechamento da embaixada da França pode durar "vários dias", indicou o presidente francês, François Hollande, enquanto o Canadá decidiu fechar de forma preventiva sua representação diplomática em Dacca, Bangladesh.

No sábado, a Interpol também emitiu um alerta global de segurança no qual pedia que os países membros desta organização de cooperação policial aumentassem a vigilância frente à ameaça da Al-Qaeda, já que o mês de agosto marca o aniversário de vários "ataques terroristas violentos" em Índia, Rússia e Indonésia.

Em uma gravação que circula nos fóruns jihadistas há um mês, o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, acusa os Estados Unidos de terem armado um "complô" com o Exército egípcio e com a minoria copta para destituir o presidente islamita Mohamed Mursi no início de julho.

Na quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, agradeceu ao seu colega iemenita Abd Rabbo Mansur Hadi, em visita aos Estados Unidos, por sua "sólida cooperação" na luta contra a Al-Qaeda.

A visita de Hadi ocorreu no momento em que Washington realiza várias operações contra os radicais islâmicos no Iêmen, em particular bombardeios de drones (aviões não tripulados), com a autorização tácita de Sanaa, que enfrenta a violência de grupos armados.

A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), com base no Iêmen e muito ativa, é considerada pelos Estados Unidos o braço mais perigoso da rede extremista no mundo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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