EUA doam mais US$ 28 milhões para combater fome na Somália
A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, anunciou nesta quarta-feira a contribuição de US$ 28 milhões adicionais para atenuar a crise humanitária na Somália, depois que a ONU decretou estado de crise de fome em duas regiões do país.
Assim, os EUA elevam para US$ 459 milhões a quantia doada para ajudar o país africano neste ano, visto que já havia fornecido US$ 431 milhões em alimentos e outras ajudas.
Os novos fundos estarão disponíveis de forma imediata e serão dirigidos a todo o país e aos refugiados somalis no Quênia, especificou a secretária de Estado em comunicado.
"Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com a emergência humanitária no Chifre da África (Somália, Etiópia, Djibuti e Eritreia) e com o anúncio da ONU de que há uma situação de crise de fome em algumas partes da Somália", declarou Hillary.
A crise decretada nesta quarta-feira pela ONU afeta as regiões de Bakool e Lower Shabelle, no sul do país, e é algo inédito no país nos últimos 20 anos.
A organização pediu à comunidade internacional US$ 300 milhões, com os quais poderia "salvar vidas de maneira imediata", segundo declarou nesta quarta-feira em Nairóbi o coordenador de Assuntos Humanitários da ONU para a Somália, Mark Bowden.
Hillary lembrou que os Estados Unidos são "o maior doador bilateral de ajuda emergencial ao leste do Chifre da África", e que trabalham para dar assistência a mais de 11 milhões de pessoas que sofrem os efeitos da seca na Somália, Quênia, Etiópia e Djibuti.
"Mas não é suficiente", acrescentou. "Estima-se que a necessidade aumente e os EUA e a comunidade internacional têm que fazer mais".
A titular de exteriores americana lembrou que o Chifre da África vive uma crítica situação de insegurança alimentar agravada pela seca, que afetou as colheitas e o gado e fez os preços dos alimentos dispararem.
Os 20 anos sem um governo central na Somália e o "incessante terrorismo" do grupo islâmico radical Al Shabab transformaram uma situação já grave em extrema, indicou.
Quase a metade da população somali, de cerca de 3,7 milhões de pessoas, está em situação de crise humanitária, das quais 2,8 milhões residem no sul, segundo os dados divulgados pelas ONU.