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Estados Unidos

EUA: ataque a hospital do Afeganistão não é crime de guerra

29 abr 2016 - 14h04
(atualizado às 14h33)
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Joseph L. Votel
Joseph L. Votel
Foto: Getty Images

O Pentágono afirmou nesta sexta-feira que o bombardeio a um hospital da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) no Afeganistão em outubro de 2015 não é um crime de guerra porque "não foi deliberado", e confirmou as sanções leves a 16 militares, ao apresentar a investigação oficial do ataque que deixou 42 mortos.

"O ataque não foi deliberado (...). Foi consequência de uma combinação de erros humanos e técnicos", afirmou o general Joseph L. Votel, que dirige o Comando Central a cargo das operações no Oriente Médio, em entrevista coletiva.

Votel reconheceu que o hospital estava na lista de alvos "a não bombardear", mas disse que a tripulação "não teve acesso" a essa informação durante o ataque "em uma situação de combate extremamente intensa" contra os talibãs.

De acordo com o relatório, a tripulação do avião com armamento pesado AC-130 confundiu o hospital da MSF contra o qual estavam disparando com uma posição de talibãs que estava a 400 metros.

Votel confirmou as sanções leves a 16 militares, entre os quais estão um general de duas estrelas, a tripulação do avião que participou da operação, e forças especiais do Exército dos EUA

Um dos oficiais foi suspenso de seu posto de comando e retirado do Afeganistão, enquanto o resto recebeu sanções menores, como cartas de reprimenda e volta a cursos de treinamento.

A Médicos sem Fronteiras qualificou o ataque como "brutal" e exigiu uma investigação independente, algo a que os EUA se negaram.

A investigação se centrou nos motivos pelos quais o avião AC-130 realizou diversos ataques aéreos sobre o hospital, apesar das ligações da ONG para funcionários americanos em Cabul e Washington para que parassem com o bombardeio.

Votel disse que demoraram "alguns momentos" para que estas ligações passassem os diferentes filtros da cadeia de comando até que chegassem aos oficiais encarregados da operação e pudessem comunicar o erro aos militares no terreno para que parassem o ataque.

EFE   
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