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Estados Unidos

EUA admitem possibilidade de nomear outro embaixador para Caracas

3 jan 2011 - 20h49
(atualizado às 22h30)
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Os Estados Unidos deixaram aberta nesta segunda-feira a possibilidade de nomear outro embaixador na Venezuela, já que a designação de Larry Palmer, rejeitada por Caracas e que fez com que Washington revogasse o visto do embaixador venezuelano, venceu. O porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, explicou em sua entrevista coletiva diária que os Estados Unidos lamentam que a Venezuela tenha rejeitado a nomeação de Palmer, já que o diplomata foi um "excelente interlocutor" na tentativa de melhorar as tensas relações entre Washington e Caracas.

Os EUA consideram "importante" ter um embaixador na Venezuela, mas a rejeição de Caracas a seu candidato e a resposta do Departamento de Estado de retirar o visto do embaixador venezuelano no país, Bernardo Álvarez, requer que Washington revise sua decisão. Crowley assinalou que o governo de Barack Obama "avaliará" como proceder, principalmente levando em conta que a nomeação de Palmer ficou formalmente sem efeito ao término, no final de 2010, do 111º período legislativo do Congresso dos EUA.

"São questões que avaliaremos no novo ano", indicou. "A nomeação de Larry Palmer venceu formalmente ao término do último Congresso, de modo que entre os assuntos que avaliaremos figura o que fazer com relação a isso e o passo que a Venezuela infelizmente deu", explicou o porta-voz do Departamento de Estado. "Teremos que voltar a nomear um candidato a embaixador" na Venezuela, acrescentou, sem especificar se os EUA insistirão na designação de Palmer ou se cederão e nomearão outra pessoa para o posto.

De fato, Washington nunca retirou a nomeação de Palmer, que foi reprovado pelo governo de Chávez depois de ter feito declarações "inaceitáveis", na opinião de Caracas. Palmer disse, ao responder um questionário do Senado dos EUA, que a moral dos militares venezuelanos era baixa e que era necessário investigar a suposta presença das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) na Venezuela.

O governo dos EUA advertiu que a rejeição de Caracas teria consequências e finalmente decidiu aumentar a pressão sobre a Venezuela, retirando o visto do representante do país em Washington. Apesar de tudo, o Departamento de Estado sempre insistiu que quer melhorar as relações com a Venezuela e que, para isso, necessita ter um embaixador no país andino.

No meio da nova tensão surgida entre EUA e Venezuela pela nomeação de Palmer, a secretária de Estado, Hillary Clinton, e Chávez se cumprimentaram durante a cerimônia de posse da presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Crowley indicou que foi Chávez quem cumprimentou Hillary e que ela devolveu o gesto, mas o encontro foi "muito breve" e aconteceu na companhia dos governantes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do Chile, Sebastián Piñera, além do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates.

EFE   
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