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Oriente Médio

Estados Unidos pedem ao CS nova ação da ONU na Síria

26 set 2012 - 22h25
(atualizado às 22h42)
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Os Estados Unidos pediram nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança da ONU uma ação conjunta perante a crise na Síria, enquanto os países do Brics (Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul) apostaram no plano criado em Genebra como o mais "realista" para chegar a um consenso.

Essas duas posturas se chocaram em uma sessão dedicada à situação no Oriente Médio, na qual a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, lamentou as "paralisias" do principal órgão internacional de segurança enquanto "as atrocidades continuam" na Síria.

"Devemos tentar, mais uma vez, encontrar um caminho que possa unir o Conselho de Segurança no urgente assunto de acabar com a violência na Síria e prevenir as consequências que todos nós tememos", afirmou Hillary.

Seu colega russo, Sergéi Lavrov, defendeu o roteiro para a Síria traçado pelo chamado Grupo de Ação que se reuniu em Genebra em junho, e pediu que essa seja "a base para o consenso no Conselho de Segurança da ONU", algo referendado pelos Brics em comunicado emitido hoje.

"O plano de Genebra é a base mais realista para o consenso porque está assinado por todos os membros permanentes do Conselho de Segurança", declarou Lavrov na reunião, realizada paralelamente aos debates públicos da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Esse plano, assinado também pela Turquia e representantes da Liga Árabe, da ONU e da União Europeia (UE), propõe impulsionar a formação de um governo transitório que inclua figuras do regime e da oposição, a fim de iniciar uma transição que acabe com o conflito.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, considerou em entrevista coletiva que esse comunicado foi "possivelmente o momento mais promissor dos últimos meses para conseguir um acordo multilateral" para a resolução do conflito sírio.

No comunicado assinado nesta quarta-feira, os Brics também expressam seu apoio ao novo mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, e confiam que integre o processo iniciado em Genebra em seu futuro plano para o país.

As divisões no Conselho de Segurança voltaram a manifestar-se na sessão de hoje, na qual Lavrov considerou "preocupante" a "negativa de alguns membros a condenar os atos terroristas cometidos por elementos da oposição" ao regime de Bashar al Assad.

O ministro das Relações Exteriores chinês, Yang Yiechi, se limitou a mostrar a disposição de seu país a cooperar com a comunidade internacional em um "esforço constante" em relação à Síria.

Por sua parte, o titular das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, considerou "escandaloso" que o Conselho de Segurança "tenha sido incapaz de chegar a um consenso até agora", enquanto o britânico, William Hague, considerou essa situação "inescusável".

Por sua parte, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu um apoio "sólido e concreto" no Conselho de Segurança ao trabalho de Brahimi, uma posição compartilhada pelo titular da Liga Árabe, Nabil al Arabi, que também participou do encontro.

Em declaração presidencial aprovada ao término da reunião, a ONU e a Liga Árabe decidiram aumentar sua cooperação, enquanto o primeiro organismo estuda instalar no Cairo os escritórios de Brahimi para facilitar a coordenação entre ambas instituições.

EFE   
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