Erro no mandado de prisão permitiu a Assange evitar detenção
2 dez2010 - 09h51
(atualizado às 11h04)
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Um erro na redação do mandado de prisão sueco contra o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, permitiu ao australiano escapar de uma detenção na Grã-Bretanha, informa o jornal britânico Times.
Segundo o jornal, a polícia britânica tinha conhecimento da localização de Assange - no sudeste da Inglaterra -, mas não pôde agir em função dos erros no mandado de prisão sueco.
A Interpol informou na terça-feira que emitiu um pedido de captura internacional contra Julian Assange, procurado na Suécia por uma investigação de "estupro e agressão sexual".
Em 18 de novembro a justiça sueca divulgou uma ordem de prisão contra o australiano de 39 anos com o objetivo de interrogá-lo por "suspeitas razoáveis de estupro, agressão sexual e coerção" em um caso ocorrido em agosto.
Assange vive entre a Grã-Bretanha e a Suécia. Na terça-feira, um advogado apresentou uma apelação à Suprema Corte sueca para contestar a ordem de captura.
O advogado do fundador do WikiLeaks já havia recorrido da decisão, mas esta foi confirmada em apelação. A única alternativa que restava era a Suprema Corte.
O WikiLeaks, uma página da internet especializada em revelar documentos secretos, iniciou no domingo a publicação de 250 mil telegramas da diplomacia americana, o que provocou a revolta do governo dos Estados Unidos e gerou reações em todo o mundo, especialmente dos Estados envolvidos nas revelações.
Em reunião com a embaixadora americana Liliana Ayalde, o ministro das Relações Exteriores paraguaio Hector Lacognata disse que o vazamento "é uma questão delicada, que requer prudência"
Foto: Reuters
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, qualificou o vazamento como uma "atuação lamentável", que espera que não traga consequências para "a segurança da Alemanha e de seus aliados"
Foto: AP
Hillary afirmou que o Departamento de Estado tomará "medidas agressivas" para responsabilizar quem roubou as informações
Foto: AP
Mahmoud Ahmadinejad acredita que a "conspiração" não vai afetar as relações entre os países árabes
Foto: AP
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que os vazamentos do WikiLeaks oferecem uma prova clara de que o mundo árabe concorda com a avaliação de Israel de que o Irã é o principal perigo para o Oriente Médio. Netanyahu afirmou que os documentos divulgados revelam que Israel e os países árabes moderados têm muito mais em comum do que reconhecem publicamente. "A maior ameaça contra a paz mundial provém do armamento nuclear do regime iraniano", acrescentou
Foto: Reuters
O secretário de imprensa dos EUA, Robert Gibbs, disse que a Casa Branca condena os vazamentos, que qualificou de "irresponsáveis" e disse que eles colocam a vida de diplomatas em risco