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Eleições nos EUA

Trump reforça plano de muro na fronteira pago pelo México

5 abr 2016 - 20h09
(atualizado às 20h09)
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Foto: Reuters

Donald Trump, pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, propôs bloquear a transferência de dinheiro de imigrantes ilegais para o México até que o país vizinho concorde em pagar por um muro na fronteira, enfatizando políticas imigratórias que lhe angariaram votos diante da derrota provável na primária do Estado de Wisconsin nesta terça-feira.

Em um memorando, a campanha de Trump disse que, se for eleito no dia 8 de novembro, ele irá usar uma lei antiterrorismo para impedir as remessas de pessoas que moram nos EUA ilegalmente, a menos que o México faça um pagamento único de entre 5 bilhões e 10 bilhões de dólares por um muro que ele propôs erguer na fronteira norte-americana.

Trump divulgou seu plano na manhã desta terça-feira, quando as urnas estavam sendo abertas no Wisconsin, onde o senador Ted Cruz, do Texas, parece prestes a vencer Trump e se apresentar como uma figura agregadora para os eleitores republicanos, apesar de uma passagem pelo Senado marcada por disputas amargas e posturas inflexíveis.

Com John Kasich, governador de Ohio, em uma distante terceira posição, Cruz está tentando se mostrar como o único pré-candidato republicano com chance de derrotar Trump e obter a indicação presidencial do partido para o pleito do final do ano.

O texano torce para que um êxito nesta terça-feira mostre que ele é o melhor nome para unir as facções díspares do Partido Republicano.

Após uma semana de manchetes dedicadas às suas gafes e sua desvantagem nas pesquisas de opinião no Wisconsin, Trump se voltou à imigração ilegal como um dos pontos centrais de sua plataforma e que se mostrou popular entre seus apoiadores. O bilionário de Nova York atraiu críticas contundentes por sua retórica grosseira contra muçulmanos, mulheres e imigração, e chegou a se referir a alguns imigrantes ilegais como criminosos.

O plano que ele detalhou menciona 24 bilhões de dólares por ano em remessas enviadas para o México por cidadãos nos EUA, a maioria dos quais a campanha afirma estar no país ilegalmente. O plano propõe modificar uma cláusula financeira de uma lei antiterrorismo para exigir que os imigrantes provem que estão nos EUA legalmente antes de poderem enviar dinheiro para fora da nação.

Também nesta terça-feira, o ex-apresentador de reality show disse ser "totalmente, 100 por cento" a favor da ideia do muro. Conversando com os repórteres enquanto trocava apertos de mão com clientes do restaurante George Webb em Wauwatosa, no Wisconsin, Trump disse que o custo de 10 bilhões de dólares do muro seria uma fração dos 58 bilhões de dólares de déficit comercial anual entre EUA e o vizinho do sul. O México afirmou repetidamente que não irá pagar pela obra.

Posar de figura agregadora dos republicanos é um papel improvável para Cruz, que em 2013 forçou uma interdição do governo dos EUA durante seis dias em função de uma desavença com o presidente norte-americano, Barack Obama, em relação ao orçamento. Os republicanos acabaram levando a culpa pela interdição, e o relacionamento de Cruz com seus correligionários no Senado tem sido tempestuoso desde então.

Mas a indisposição de muitos contra Trump é tamanha que Cruz pode contar agora com o apoio de cinco ex-postulantes à indicação republicana, entre eles o senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, que no início deste ano disse que a escolha entre Trump e Cruz "é como ser baleado ou envenenado".

Na corrida democrata, Bernie Sanders, senador do Vermont, tem uma pequena dianteira sobre a favorita Hillary Clinton nas sondagens de Wisconsin e tenta fortalecer o ímpeto que ganhou depois de vencer cinco das seis últimas prévias partidárias. Mesmo assim, será uma tarefa dura derrotar a ex-secretária de Estado e conquistar a indicação do partido para a eleição presidencial do dia 8 de novembro.

Fonte: Terra
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