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Eleições nos EUA

Rubio é apontado como vencedor do primeiro debate das primárias republicanas

7 ago 2015 - 17h56
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Apesar do show midiático do irreverente e polêmico bilionário Donald Trump, líder nas últimas pesquisas de intenção de voto, o senador Marco Rubio, do estado da Flórida, foi apontado como vencedor do primeiro debate das eleições primárias do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos.

Os principais veículos de comunicação e analistas do país deram nesta sexta-feira como vencedor, de forma unânime, o jovem candidato de origem cubana. Ele conseguiu se apresentar como um "sangue novo", algo que o partido precisa para empolgar os eleitores e vencer o adversário na corrida democrata, que tem como favorita a ex-primeira-dama Hillary Clinton.

Rubio apareceu no cenário nacional como senador em 2010. Dois anos mais tarde, se transformou em uma promessa com seu discurso de apresentação do candidato republicano de 2012, Mitt Romney, na convenção do partido.

No entanto, o senador da Flórida chegou ao debate como o sétimo colocado nas pesquisas, longe de Trump e outros favoritos nas pesquisas: Jeb Bush, ex-governador da Flórida, e Scott Walker, governador de Wisconsin.

Bush e Walker entraram no debate para tentarem convencer eleitores e financiadores de campanha que são os presidenciáveis, enfrentando a irreverência de Trump, centro das atenções da corrida eleitoral nos últimos 90 dias.

Nenhum dos candidatos cometeu grandes erros, mas nem Bush nem Walker conseguiram se destacar entre o extravagante Trump, o combativo senador Rand Paul (Kentucky), o beligerante governador de Nova Jersey, Chris Christie, o correto Rubio e o sólido governador de Ohio, John Kasich, que "jogava em casa", já que o debate foi realizado na cidade de Columbus, neste último estado.

O desconhecido neurocirurgião aposentado Ben Carson foi, com outro senador de origem cubana, Ted Cruz, do Texas, o grande esquecido da noite. Quem também pouco apareceu, apesar de estar na quarta posição nas pesquisas, foi o ex-governador de Arkansas, Mike Huckabee.

"O talento natural tende a brilhar nos grandes momentos quando as luzes se acendem. O senador da Flórida, que tinha caído nas pesquisas depois da ascensão que acompanhou o anúncio (de sua candidatura), esteve espetacular", disse nesta sexta-feira o jornal "The Washington Post".

Rubio conseguiu vender melhor que seus rivais o seu "sonho americano": possui uma importante carreira política, apesar de ser filho de um garçom e uma faxineira que deixaram Cuba antes da revolução por falta de dinheiro.

"Se eu for o nosso indicado, como Hillary Clinton vai me dar lições sobre o que é viver de salário em salário? Eu cresci vivendo de salário em salário", atacou Rubio.

"Como vai me ensinar sobre créditos universitários? Eu devia mais de US$ 100 mil há apenas quatro anos. Se eu for nosso indicado, seremos o partido do futuro", completou o jovem candidato.

Rubio foi, com distância, o mais eloquente e preciso em seus ataques contra a grande rival a ser batida nessas eleições, Hillary Clinton, que não assistiu ao debate porque estava em seu oitavo encontro de arrecadação de fundos em Los Angeles.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não acompanhou o evento ao vivo pela televisão, mas leu notícias e análises do debate na manhã de hoje, explicou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

"Deus nos abençoou. Abençoou o Partido Republicano com vários candidatos muito bons. Os democratas não podem conosco se encontrarem um de nós", disse Rubio na parte do debate que a conservadora emissora "FoxNews" dedicou à fé dos candidatos.

Além de agitar a lista de favoritos, o debate serviu também para evidenciar que os republicanos estão ainda mais à direita, o que complica a situação de candidatos mais moderados, como Jeb Bush, afastando-o de eleitores-chave para recuperar a Casa Branca após oito anos de domínio democrata.

"À exceção da defesa da reforma migratória feita por Bush, os candidatos ofereceram pouco que possa tornar o partido mais aceitável para segmentos do eleitorado nos quais tiveram mais problemas no último pleito presidencial: mulheres, jovens e minorias", avaliou William A. Galston, analista político do Brooking Institution e ex-assessor do ex-presidente Bill Clinton.

"O indicado do partido terá que fazer mais para convencer esses eleitores que os republicanos defendem algo além do que os sentimentos de sua envelhecida e desgastada base, majoritariamente branca e masculina", concluiu o analista.

EFE   
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